Por um placar de 12 votos a 1, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
abriu hoje (21) processo administrativo disciplinar contra dois
desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN).
Osvaldo Soares e Rafael Godeiro Sobrinho, que presidiram o tribunal
entre 2007 e 2008 e 2009 e 2010, respectivamente, são acusados de
participar de um esquema criminoso que desviou cerca de R$ 20 milhões
dos cofres públicos.
Segundo denúncia do Ministério Público, a fraude ocorreu no setor de
precatórios do TJRN. Precatórios são dívidas de Estado – municípios,
estados ou União – reconhecidas por decisão judicial. A administração e
liberação desses valores é responsabilidade dos presidentes dos
tribunais.
Além da investigação administrativa iniciada hoje no CNJ, os
desembargadores também respondem a processo criminal no Superior
Tribunal de Justiça (STJ) sobre o mesmo assunto. No último dia 18 de
abril, os desembargadores foram afastados dos cargos por decisão da
corte superior, decisão confirmada pelo CNJ nesta segunda-feira.
Segundo dados colhidos pelo Ministério Público, os desembargadores
participaram do esquema com a ajuda de servidores, responsáveis por
encontrar dinheiro parado em processos judiciais com dívidas de
precatórios já reconhecidas. Os presidentes, então, liberavam o saque do
dinheiro, muitas vezes depositado em contas de “laranjas”.
A partir da abertura do processo administrativo, mais provas serão
colhidas e os magistrados poderão se defender. Caso fique comprovado que
houve fraude, a pena administrativa máxima é a aposentadoria
compulsória. A decisão administrativa não interfere no andamento do
processo criminal, que pode resultar na prisão dos envolvidos.
As grandes filas para recebimento do dinheiro de precatórios e as
recorrentes denúncias sobre desorganização e possíveis fraudes nos
tribunais levaram o CNJ a iniciar fiscalizações em vários estados do
país no ano passado.
Fonte: Pires
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