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terça-feira, 14 de agosto de 2012

A novela continua: Acordo com o PT não garante a eleição de Henrique para a presidência da Câmara

Ao contrário do que possa sugerir a garantia da presidente Dilma Rousseff ao PMDB, não será pacífica a ocupação das presidências da Câmara e Senado pelo partido em 2013. Fragmentado, o PT não tem unidade para sustentar o aval do governo ao acordo, cuja aparente solidez se explica apenas pelo susto do partido com o ensaio de independência do PSB, imediatamente aproveitado pelo vice-presidente Michel Temer.
Trocando em miúdos, os dois partidos reafirmaram o acordo de rodízio no comando da Câmara depois do rompimento do PSB com o PT em Belo Horizonte e Recife, dando visibilidade à autonomia que o governador Eduardo Campos (PE) se concedeu na parceria construída com o ex-presidente Lula.
Ao retirar o deputado Leonardo Quintão da disputa em Minas para aliar-se ao PT, o vice-presidente Michel Temer obteve da presidente Dilma a promessa de honrar o acordo no Congresso. O movimento interrompeu a intensa articulação de petistas em favor da candidatura dissidente do deputado Arlindo Chinaglia (SP), que investia numa aliança com PSB, PC do B e PDT, sob o olhar de paisagem do Planalto.
Na ocasião, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), já tentara Dilma com a tese de que o acordo não era conveniente ao governo e ao PT, estimulando o receio da presidente com o PMDB no comando das duas Casas do Legislativo.
A mais superficial incursão em território petista mostra, porém, que o partido vive como trégua o que o PMDB trata como caso encerrado. Nada indica renúncia à contestação do acordo – antes, é clara a intenção de reabrir a disputa.
O PT conta com a insistência do PMDB nas candidaturas do senador Renan Calheiros (AL) e do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), para reabrir em momento mais oportuno a oposição ao acordo que dá as duas presidências ao rival. Com históricos vulneráveis, ambos abrem brecha à tese de que a garantia da presidente foi ao partido, ao qual cabe viabilizá-los, não havendo compromisso com eventual insucesso a que dê causa. Renan já teve de renunciar à presidência do Senado uma vez, e Alves protagonizou episódios polêmicos – o mais recente, um desvio de verbas do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) por afilhados políticos.
Deu no Estado de São Paulo

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