O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reafirmou hoje (2) a
existência do mensalão, que, segundo ele, foi o “mais atrevido e
escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público” da política
nacional. Na primeira metade de sua sustentação, no Supremo Tribunal
Federal (STF), Gurgel citou o papel de cada integrante do esquema, dando
destaque à atuação do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, que,
de acordo com o procurador, era o “mentor” da ação.
Mesmo com tempo limitado, o procurador dedicou os 20 minutos iniciais
a considerações filosóficas sobre a relação entre ética e poder. Gurgel
citou pensadores como Raymundo Faoro (brasileiro, autor do livro Os
Donos do Poder), o italiano Norberto Bobbio e o alemão Max Weber. E,
concluindo a etapa teórica da denúncia, deu os motivos pelos quais
considerou o esquema criminoso. “Com base na prova reunida na ação
penal, os fins não justificam os meios, quando ignoram, cabalmente, o
que é moralmente correto e socialmente aceitável”.
O procurador ainda rebateu críticas dos advogados dos réus que
figuram no processo, que consideraram o mensalão “uma criação de
delírio” do Ministério Público. “A robusteza da prova colhida torna
risível a assertiva”, argumentou Gurgel.
Fonte: Robson Pires
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