A vitória de Cláudia Regina (DEM) à Prefeitura de Mossoró
jogou por terra uma tese inconsistente, que muitos empinavam, quanto à sucessão
municipal deste ano: haveria acordo dos Rosado para eleição de um nome Rosado.
A escolha de Cláudia nunca foi consenso. Nem uma preferência
entre os líderes governistas. Ela fez-se candidata.
Nasceu por exclusão e de sua tenacidade para superar
sobretudo a rejeição interna ao seu nome, manifestada pelos líderes Carlos
Augusto Rosado (DEM) e a própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM).
Eles não a queriam. O nome era o da vice-prefeita Ruth
Ciarlini (DEM), irmã da governadora.
A esquema da prefeita de direito Fátima Rosado (DEM), a
“Fafá”, também não a tinha como prioridade.
Seu ungido era o então secretário da Cidadania, professor Chico Carlos
(PV), eleito vereador no domingo (7).
No início da campanha, o secretário e deputado federal
Betinho Rosado (DEM) – irmão de Carlos Augusto – esquivava-se de presença na
disputa. A vice Ruth precisou ser convocada pessoalmente pela mana Rosalba.
Betinho pelo irmão Carlos.
Delírio
Na oposição, durante bom tempo, ainda existia quem pensasse
em “corpo mole” de Carlos e Rosalba para eleição da parente Larissa Rosado
(PSB).
Delírio. Caíram no conto do vigário cor-de-rosa. Ou
“laranja”, como queira.
Para quem levantava essa tese de “acordão”, o Blog sempre
fazia duas perguntas encadeadas irrespondíveis:
- Quem será líder de quem? Carlos de Sandra ou Sandra de
Carlos?
Um dia, repito, os Rosado vão estar unidos no mesmo
palanque. Mas para isso, é necessário que apareça um adversário comum e capaz
de derrotá-los em separado ou juntos. Uma ameaça ao clã. À oligarquia.
Até aqui, ocorreram espasmos de forças “ameaçadoras” que
nunca se confirmaram nas últimas décadas. Citemos os ex-deputados estaduais
Jota Belmont e Francisco José. Não vingaram. Foram demolidos e cooptados por
Rosado do A ou do B.
Quem ainda
chacoalhou o corpo para ser uma alternativa, mais recentemente, foi o professor
Josivan Barbosa (PT). Seria candidato de qualquer jeito à prefeitura, contra os
Rosado. Terminou vice. Vice numa chapa Rosado: Larissa Rosado (PSB).
Seu PT pelo menos ganhou prêmio-consolação com uma vaga de
vereador na Câmara Municipal.
Josivan talvez tenha, pelo açodamento, sepultado uma
carreira política promissora. Foi arrivista. Falou pelos cotovelos e morreu
pela boca.
As urnas não o perdoaram.
Seguindo um fenômeno da biologia celular, os Rosado
promoveram uma “cissiparidade” nos anos 80, dividindo-se para somar. As
réplicas têm a mesma essência e propósitos: o monopólio do poder.
Cláudia Regina é o resultado de uma reação, incontida, que
pode ofertar uma considerável sobrevida a esse modelo de poder ou abrir uma
fenda à construção de outra ordem política.
O futuro dirá.
A prefeita eleita é o futuro do “rosalbismo”, neologismo que
identifica os seguidores da governadora Rosalba Ciarlini. Ela será uma súdita
fiel e herdeira do legado da líder populista ou escreverá identidade própria,
ao seu governo, o que Fafá tentou e não conseguiu em momento algum.
O futuro dirá.
Por Carlos Santos
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