O número de pessoas em situação de pobreza extrema, ou seja, com
renda de até R$ 70 por mês, poderia representar menos de 1% da população
brasileira, se o Programa Brasil Carinhoso tivesse sido implementado no
ano passado. O cálculo é resultado de uma simulação divulgada hoje
(26), em Brasília, por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea).
Atualmente, as famílias vivendo em situação de pobreza extrema
representam 3,4% dos mais de 190 milhões de brasileiros. Pelas contas do
Ipea, sem os benefícios de complemento de renda pagos pelo Programa
Bolsa Família, essa taxa seria superior a 5%.
Rafael Guerreiro Osório, pesquisador do instituto, explicou que o
possível “salto de efetividade” do programa – que objetiva a erradicação
da pobreza extrema – é explicado pelas mudanças no cálculo do
benefício. Mesmo recebendo recursos do Bolsa Família, muitas famílias
não tinham renda própria ou os rendimentos eram tão baixos que, apesar
da transferência do valor, seus integrantes não conseguiam chegar aos R$
70 mensais.
“A introdução do Programa Brasil Carinhoso em 2012 alterou o desenho
de benefícios e considera famílias que não chegariam à linha mínima de
renda e calcula quanto falta”, disse Osório. Segundo argumenta, “não é
possível calcular o benefício apenas por família, tem que considerar a
renda per capita para ser efetivo”.
Por Robson Pires
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