O fato de Estados e Municípios
não conseguirem pagar o piso nacional do magistério desde a sanção da lei, em
2008, é motivo de alerta do presidente da Confederação Nacional de Municípios
(CNM), Paulo Ziulkoski, ainda quando a legislação era discutida no Congresso. E
a dificuldade em cumprir a Lei do Piso foi reconhecida também pelo ministro da
Educação, Aloizio Mercadante.
O chefe da pasta de Educação
disse, em uma platéia formada por gestores municipais, que o piso dos
professores “como está, ao longo dos próximos anos, tensiona demais as finanças
municipais e estaduais”. A declaração foi dada no Encontro Nacional de Novos
Prefeitos e Prefeitas, do governo federal, na tarde desta terça-feira, 29 de
janeiro. “Reconhecemos que tem problemas da forma como a lei foi aprovada”,
disse.
Mercadante afirmou ainda: “temos
que ter crescimento salarial dos professores que seja sustentável, progressivo
e compatível com os recursos orçamentários”. Para o ministro, a solução para
que os governos consigam cumprir a lei deve ser construída ainda este ano. Mas,
a alternativa apontada por ele no Encontro foi a destinação de 100% dos
recursos dos royalties para a Educação.
Contraponto
A CNM não apoia essa vinculação,
pois, segundo alertas do presidente da entidade, o dinheiro oriundo da
exploração do petróleo em alto mar é esgotável, finito e isso não garante
recursos para a Educação. “Os prefeitos não vão poder basear seus orçamentos e
confiar na arrecadação dos royalties”, explica Ziulkoski. Além disso, não
adianta ter a verba para pagar, se a lei tem problemas maiores que fazem com
que o gestor agrida a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A Lei do Piso – Lei 11.738/2008 -
estabelece o valor mínimo a ser pago pelos governos aos professores do
magistério da rede pública com jornada de 40 horas semanais. Somente neste ano,
em janeiro, foi anunciado um reajuste de 7,97%. Portanto, o salário desses
profissionais passou de R$ 1.451 para R$ 1.567. Um impacto de R$ 2,1 bilhões em
2013 só para as prefeituras, de acordo com a Confederação Nacional dos
Municípios.
Fonte: CNM
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