Está nas mãos do deputado federal Henrique Alves, presidente da
Câmara dos Deputados, o destino da aliança entre PMDB e DEM no Rio
Grande do Norte. Ao ser procurado pela governadora Rosalba Ciarlini
(DEM) para tratar da aliança, o ministro Garibaldi Filho (PMDB) sugeriu
que ela fosse tratar do assunto com Henrique. Seria ele quem daria a
palavra final.
O deputado está desde o dia 7 de fevereiro na cidade de Orlando nos
EUA. A chegada dele está prevista para hoje. Antes de embarcar, o
presidente da Câmara dos Deputados deu uma entrevista à Tribuna do Norte
em que voltou a fazer durar críticas à governadora. Disse que a
administração é centralizadora e falta diálogo. Ele disse também que a
questão não é apenas cargos, mas a forma como esses cargos serão
exercidos pelos indicados do partido.
Nos bastidores da política emergem muitas versões. A primeira delas é
que o PMDB ameaça romper porque quer cargos. A vaga em questão seria a
rica Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Meio Ambiente. A
reformulação não seria traumática porque quem está no cargo é um fiel
aliado de Rosalba: Gilberto Jales. Ele já estaria encaminhado para
assumir a Agricultura, que está sem titular desde novembro quando
Betinho Rosado (DEM) voltou a ser deputado federal.
O PMDB quer indicar o ex-deputado estadual Elias Fernandes. O nome
dele não seria bem aceito pela governadora por dois motivos: ele saiu do
comando do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) por
conta de denúncias de desvio de recursos e é o principal adversário do
líder do governo na Assembleia Legislativa, Getúlio Rego (DEM). Há quem
interprete a indicação como uma tentativa de inviabilizar as relações
entre PMDB e DEM.
Fala-se também nas pressões do Palácio do Planalto para que o PMDB
potiguar se afaste do governo. O argumento é de que não há como aceitar
um ministro e um presidente da Câmara aliado fazendo parte de uma gestão
demista.
O PMDB local também estaria disposto a lançar um candidato ao
governo. A legenda não administra o Estado desde 2002 quando Garibaldi
renunciou para disputar o Senado. Pesquisas indicam que pela força
eleitoral do ministro, ele dificilmente não seria eleito.
D’O Mossoroense
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