A história de vida do agricultor
Francisco Geraldo Neto, 47 anos, mais conhecido na comunidade como Neto da
Caiçara, hoje é de sucesso e boas perspectivas. A família, formada pela esposa
e também agricultora Rosineide Batista Ferreira (46) e os filhos Allan e
Allysson (25 e 24 anos, respectivamente), se orgulha de ter sido uma das
primeiras famílias apoiadas pela Diaconia no Oeste Potiguar. Mas nunca se
esquecem de que o início de tudo foi com bastante sacrifício.
A comunidade situada no município
de Umarizal é sua terra desde a infância, onde Neto conheceu o trabalho da
instituição ainda aos doze anos. A vida não era fácil, e o agricultor
enfrentava dificuldades até no sustento básico para sobrevivência, mas não
perdia a esperança de tempos melhores: “Já fui até plantador de fumo, não tinha
de que sobreviver, mas dizia que um dia iria mudar, e mudou: tenho
experimentado a agricultura agroecológica, respeitando o meio ambiente,
aproveitando e adaptando o meu conhecimento”, comemora.
A situação começou a mudar quando
Neto conseguiu aliar experiências próprias a tecnologias produtivas, com
orientação e apoio da Diaconia. Com pequenos sistemas de irrigação, recuperação
do solo e busca de crédito oficial, a família não somente conseguiu atravessar
bem o período de seca, como aumentou a renda mensal para cerca de R$ 1.200,00
mensais e obteve conquistas como a melhoria da casa e a aquisição de
transporte: “Antes eu e Neide dependíamos de meu pai e minha mãe, e hoje a
gente se mantém com o nosso trabalho. Já arrumei minha casa, consegui meu
transporte e pretendo melhorar ainda mais minha vida.”
Uma mostra dos frutos do trabalho
está na variedade de artigos produzidos: hortaliças, frutas e grãos, como milho
e feijão, a criação animal que origina leite e carne e até o apiário com doze
colmeias, com perspectiva de ampliação a partir da volta das chuvas. Com o
apoio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal, o
agricultor também conquistou suporte forrageiro que fortaleceu o rebanho.
O olhar sobre a propriedade e
comunidade também se ampliou: Neto e sua família se tornaram pioneiros na
fundação de entidades cooperativas de agricultores da região, como a Associação
de Agricultores e Agricultoras Agroecológicos Oeste Verde, a feira
agroecológica, o Fórum de Políticas Publicas. Por duas vezes, Neto também foi
presidente da Associação comunitária.
Neto comemora a realidade em que
vive, marcada por superações e compartilhamento de experiências: “A família
aumentou: hoje temos dois netos, meu filho Allan se formou em técnico
agropecuário e tem ajudado na área. Tenho recebido visitantes de todo o mundo
para conhecer minha experiência. Acredito que assim tenho colaborado com o
planeta e com uma sociedade melhor. Acredito no futuro, e contamos com a
continuidade do trabalho da Diaconia na vida de outras famílias. Eu hoje sou um
multiplicador desse conhecimento”, resume entusiasmado.
Fonte: Diaconia
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