Principal fonte de arrecadação da
maioria dos municípios riograndense, o Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) é a parte do orçamento das cidades livre para que os prefeitos utilizem
de acordo com as demandas municipais, como folha de pagamento, obras de
infraestrutura, pagamento de contas e investimentos. Diferentes de verbas vinculadas,
como as destinadas à saúde e educação, o FPM é utilizado por esses municípios
de pequeno porte como combustível que move a administração pública. A
recorrente queda neste repasse do Governo Federal vem gerando perdas no
funcionamento das Prefeituras, prejudicando as contas das cidades,
principalmente em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Impactos da redução de impostos
A maioria dos municípios do RN é de
coeficiente 0,6 e 0,8. O FPM é hoje a principal fonte de arrecadação e de
manuseio da máquina administrativa. Nos municípios pequenos é o FPM que gere
essa máquina.
Diferente de receitas vinculadas,
como a da Educação, que deve ser aplicada exclusivamente neste setor, o Fundo
de Participação dos Municípios pode ser, “manuseado” de acordo com as
necessidades da gestão. Assim, com a desoneração de impostos promovida pelo
governo federal, a composição do FPM sofre reduções e dificulta a vida de
prefeitos de cidades pequenas, como as do RN.
A partir do momento que reduz o
IPI, que entra na composição do Fundo de Participação dos Municípios, quem paga
a conta são os prefeitos. Nos últimos cinco anos, o salário mínimo aumentou
cerca de 30%, mas o reajuste não foi compensado no repasse do FPM”, É importante para a população a redução de
impostos e o aumento no salário dos trabalhadores.
Com quase onze mil habitantes
Umarizal é uma das cidades que sofrem com a redução do FPM. De acordo com o
prefeito, Mano Onofre, os municípios vem sofrendo o sequestro dos repasses por
parte do INSS, e Umarizal não é
diferente, pois a vários meses vem com suas cotas do dia 10 zerada, e nesse mês
de agosto veio zerada dia 10 e dia 20 deixando o município em uma situação
critica, pois esse dinheiro recebido do Fundo é utilizado, pela prefeitura,
para arcar com despesas diversas do município. “É usado para tudo. A gente vai
mesclando e pagando o que for necessário”, explicou. Para ele, a redução no repasse
liga o sinal de alerta na cidade e obriga os prefeitos a se apertarem com as
contas mensais: “na medida em que o tempo vai passando e não nos chegam
alternativas, não será surpresa se em pouco tempo, muitas cidades de pequeno
porte quebrarem. Então, no caso da
gente, aqui em Umarizal, o cenário não é nada fácil ou animador, já que a cada
mês que passa, vão aparecendo gastos imprevistos que vão fazendo com que o
valor que recebemos mensal de cada vez para menos coisas ”, finaliza o gestor.
Fundo de participação
O FPM, conforme o Ministério do
Planejamento, é calculado tendo como base a arrecadação de impostos como o IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) e o Imposto de Renda, reduzidas as
restituições e os incentivos fiscais. Desta forma, do total arrecadado com o
IPI e o Imposto de Renda, 22,5% são destinados a todos os municípios
brasileiros através do FPM e distribuídos da seguinte maneira: 10% para as
Capitais; 86,4% para as cidades do interior e 3,6% para municípios do interior
com mais de cem mil habitantes. Para calcular o FPM, também são utilizados os
coeficientes de participação divulgados anualmente pelo Tribunal de Contas da
União (TCU).
Segundo informações do Ministério
da Fazenda, o valor repassado a cada município é definido pelo número de
habitantes, levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), e encaminhado ao TCU. Após a análise desses números, o Tribunal calcula
o coeficiente individual de participação para cada município. Assim, “o
coeficiente mínimo (0,6) é válido para municípios com até 10.188 habitantes.
Para municípios que têm entre 10.189 habitantes e 156.216, foram definidas 16
faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. Para
todos os municípios do interior com mais de 156.216 habitantes foi determinado
o coeficiente 4,0”, diz a cartilha publicada pela Secretaria do Tesouro
Nacional, do MF.
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