Vice tem sido vítima de
um assédio incompetente e autoritário; ele não será mero instrumento das
loucuras de Dilma.
O que significa a saída
de Eliseu Padilha do Ministério da Avião Civil? Ora, o óbvio: que o PMDB de
Michel Temer não aceita, e não tem por que aceitar, imposições. Mais: não é bom
puxar muito a corda. Ou arrebenta.
Desde que Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), presidente da Câmara, admitiu a denúncia contra a presidente, Temer
tem sido alvo de um assédio ensandecido para atrelar o seu destino ao da
presidente.
Trata-se de uma
estupidez autoritária. Afinal, caso ocorra o impeachment, é ele a alternativa
de poder. Se, do ponto de vista político, não se pode cobrar de ninguém que
cometa suicídio, do ponto de vista institucional, é uma temeridade queimar os
navios.
Chamei atenção aqui
para o fato: Jaques Wagner, ministro da Casa Civil, ousou até botar palavras da
boca do vice, sem sua expressa autorização, como se este também não tivesse
sido eleito e não tivesse seu próprio espaço de trânsito político.
Uma coisa é esperar que
o vice atue para acalmar tensões; outra, distinta, é querer que ele seja mero
instrumento da eventual sobrevivência de Dilma. Isso não existe em política.
Ah, sim: ele também não é do PT.
Não creio que haverá
uma debandada do PMDB. Acho apenas que o partido respondeu ao jogo agressivo do
governo movendo uma peça do tabuleiro, obrigando Dilma e seus fanáticos a
recuar.
Não custa lembrar: em
agosto, os palacianos botaram Temer fora da coordenação política. Acharam que o
governo ficaria melhor sem ele. Querer que ele se converta em camicase em
homenagem a Dilma é realmente de uma incompetência e de uma arrogância que
honram esse governo.
De Ronaldo Azevedo da Revista Veja
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