A revista IstoÉ
divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem
partido-MS) que teria 400 páginas. O senador acusou a presidente Dilma Rousseff
de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do
Judiciário.
“É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido
de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na
delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o Ministério da Justiça
alegando sofrer pressões do PT.
Uma das investidas da
presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador
Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Tal nomeação seria relevante para o
governo”, pois o nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no
STJ”, afirma a reportagem.
Delcídio contou aos
procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e
que sua tarefa era conversar “com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que
ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques
de Azevedo”, da Andrade Gutierrez.
Conforme a IstoÉ,
Delcídio se reuniu com Navarro no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo,
em uma pequena sala de espera, o que, segundo o senador, pode ser atestado
pelas câmeras de segurança. No STJ, Navarro cumpriu a suposta orientação, mas
foi voto vencido. Na sua deleção, Delcídio citou vários nomes, entre eles o do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da
refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.
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