Em conversas gravadas,
o ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugeriu um pacto ao ex-presidente da
Transpetro [empresa subsidiária da Petrobras], Sérgio Machado, para barrar o
avanço da Operação Lava Jato. Segundo o
jornal Folha de S. Paulo, que obteu a gravação dos áudios entre Machado
e Jucá, a conversa aconteceu semanas antes da votação do impeachment na Câmara
dos Deputados.
“Eu acho que a gente
precisa articular uma ação política”, afirmou Jucá. “Tem que mudar o governo
pra poder estancar essa sangria”, disse o atual ministro em referência ao
avanço da operação.
Na conversa, Machado
sugere que seja feito um pacto nacional com o presidente interino, Michel
Temer. “É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”, diz. Em
resposta, Jucá afirma que o pacto deveria envolver o Supremo Tribunal Federal
(STF).
“Só o Renan [Calheiros]
que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é
Eduardo Cunha”, diz o ministro sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). “Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo.
Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é
ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele
não compreendeu isso não”.
Nos diálogos, eles
citam que a situação dos políticos é grave. “Eles querem pegar todos os
políticos”, disse o ex-presidente da Transpetro. Em seguida, o ministro do
Planejamento cita líderes do PSDB. “Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes,], [José]
Serra , Aécio [Neves]”.
“E o PSDB, não sei se
caiu a ficha já”, diz Machado.
“Todo mundo na bandeja
para ser comido”, rebateu Jucá.
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