Num instante em que o
PT ajusta seus planos à realidade pós-impeachment, dirigentes da legenda
começaram a sussurrar entre si uma pergunta incômoda: o que fazer com Dilma
Roussseff depois que o Senado confirmar sua deposição? Um grão-petista que tem
apreço por Dilma disse torcer para que ela não cultive nenhum projeto político
pessoal. Sob pena de se decepcionar.
Forma-se no PT uma
corrente que defende a tese segundo a qual Dilma deve ser desligada da tomada.
Como tudo no partido, esse assunto também passa por Lula. Avalia-se que o
criador é a pessoa adequada para conversar com a criatura sobre a
inconveniência de prosseguir na vida pública.
Pelo menos um dirigente
do PT defende que o debate seja adiado para depois da passagem de Dilma pela
câmara de descompressão da América Latina, já que ela manifestou a intenção de
realizar uma viagem por países da região. Com isso, o partido ganharia tempo
para dimensionar o estrago a ser produzido pela delação de Marcelo Odebrecht,
que deve tornar Dilma matéria-prima para a Lava Jato.
Josias de Souza
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