Quase a metade dos
prefeitos do Brasil terminarão seus mandatos neste ano deixando contas em
atraso para seus sucessores. Em grande parte dos casos haverá o descumprimento
de um dos principais pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que proíbe
o atraso no final da gestão de pagamentos (ou a falta de dinheiro em caixa para
fazê-lo) de despesas contraídas nos últimos oito meses do mandato.
O fato pode
caracterizar crime fiscal, passível de pena de prisão dos administradores. Mas
a punição raramente vem sendo aplicada. Segundo pesquisa realizada em 4.376
cidades –80% do total– pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), 47,3%
dos prefeitos deixarão restos a pagar para seus sucessores.
Em meio a atrasos no
pagamento do 13° salário, mais de 15% deles também vão deixar de pagar em dia o
salário de dezembro. O atraso nos restos a pagar nas prefeituras se deve,
principalmente, ao não recebimento pelos prefeitos de cerca de R$ 34 bilhões
relativos a 82 mil empenhos de emendas parlamentares e de dinheiro de convênios
com o governo federal, bloqueados neste ano por conta do ajuste fiscal.
Em crise e atrás de
dinheiro, as prefeituras também encerram suas gestões com avalanche de ações na
Justiça para tentar obter recursos do programa federal de repatriação de ativos
não declarados no exterior. O alvo são cerca de R$ 5,5 bilhões de parte da
multa de 15% paga pelos donos do dinheiro legalizado. Em novembro, as
prefeituras já receberam valor equivalente de parte do Imposto de Renda cobrado
na repatriação. Na sexta, o presidente Michel Temer disse que pretende repassar
esses recursos às prefeituras.
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