A homologação das
delações premiadas da empreiteira Odebrecht neste segunda-feira — mas sem a
divulgação imediata de seu conteúdo —
iniciou um período de apreensão na gestão Michel Temer (PMDB). O Governo
avalia que assim que começar a temporada de vazamentos dos acordos de
colaboração com a Justiça, o presidente e seus auxiliares mais próximos
avaliarão quais ministros citados no escândalo da Lava Jato terão condições de
permanecer no cargo e quais terão de deixar as funções por causa da gravidade
das acusações. Nos últimos meses, ao menos quatro deles já foram citados por
delatores: Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores),
Gilberto Kassab (Cidades) e Moreira Franco (programa de privatizações). Todos
negaram qualquer envolvimento em atos ilícit
A presidenta do Supremo
Tribunal Federal, Cármen Lúcia, homologou os acordos de 77 executivos e
ex-executivos da Odebrecht, mas decidiu os manter sob sigilo nesta segunda.
Inicialmente, havia a expectativa de que a presidenta suspendesse esse segredo
judicial. Em tese, ela até poderia fazê-lo, mas geralmente essa suspensão só
ocorre após um pedido formal do Ministério Público, o que não aconteceu ainda. A
expectativa é que mais de uma centena de políticos de diversos partidos estejam
entre os citados pela Odebrecht.
0 comentários:
Postar um comentário