O julgamento do
processo de cassação da chapa presidencial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
foi de alta tensão. Não tanto pelo que foi considerada uma manifestação “dura”
por parte do relator do processo, o ministro Herman Benjamin, mas pelos diversos
fatos que vêm, sucessivamente, complicando a situação do presidente Michel
Temer. O uso de um avião da JBS, revelado na delação do empresário Joesley
Batista, e a forma como a notícia foi tratada no governo foi considerado um
agravante da situação do presidente por auxiliares do Planalto.
Para interlocutores do
presidente, os acontecimentos “extra-TSE” têm sido fonte maior de preocupação
que o julgamento na Corte. Segundo seus assessores, o presidente tem
acompanhado com cautela o julgamento, mas a impressão, até o momento, é de que
há um placar relativamente consolidado a favor de Temer. As ações em outras
frentes, porém, trazem o componente surpresa de um desgaste progressivo e com
implicações que ainda não podem ser contabilizadas.
A avaliação é que há
uma estratégia deliberada por parte do Ministério Público (MP) para minar
Michel Temer ao longo dos dias e que o órgão ainda tem “cartas na manga” não
divulgadas. Auxiliares do presidente foram surpreendidos pelo episódio que
revelou o uso do avião da JBS e acabaram desmentindo a versão inicial ao ter
que admitir que Temer, de fato, viajou em aeronave particular. A resposta
apressada, que depois teve de ser remendada, foi vista como equívoco no
Planalto. O episódio foi tratado por Temer, internamente, como um
“esquecimento”.
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