O ex-ministro Henrique
Eduardo Alves não tem ligação com o julgamento do TSE, mas sua prisão nesta
terça (6) aumenta inevitavelmente o desgaste em torno do presidente Michel
Temer em um dia importante para o destino do peemedebista.
Alves sempre foi um
político de alta confiança de Temer, assim com os atuais ministros Eliseu
Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Ex-presidente da Câmara
(2013-2015), Alves assumiu o Ministério do Turismo na gestão Temer apesar das
suspeitas de corrupção já levantadas na época pela Lava Jato.
Temer bancou sua
nomeação até que as investigações descobriram que Alves mantinha uma conta
escondida na Suíça. Em um acordo nos bastidores, o então ministro pediu para
sair.
Ao deixar o governo,
recebeu afagos do presidente. Na despedida, Temer enviou uma carta ao
ex-ministro chamando-o de “caro amigo” e agradecendo “a dedicação e lealdade
que sempre permeou nossa relação pessoal e no campo político”.
Temer ainda disse que
Alves é um “companheiro de jornada dentro de nosso partido ao longo de
décadas”. E termina: “Muito obrigado por tudo”.
Agora, são três figuras
próximas do presidente na cadeia: Alves, Eduardo Cunha e o ex-assessor Rodrigo
Rocha Loures —os dois últimos sob especulações de uma possível delação
premiada.
Cunha sucedeu Alves na
presidência da Câmara em 2015. São dois personagens do núcleo de operação
política do comando do PMDB nos últimos anos —não à toa, eles se cruzam em
outras investigações sobre esquemas de corrupção.
Não há como Temer se
distanciar de ambos. Por mais que tente.
Folha de São Paulo
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