A Assembleia
Legislativa discutiu, na tarde desta quinta-feira (31), a possibilidade de
fechamento dos bancos postais que funcionam em 118 das 174 agências dos
Correios no Rio Grande do Norte. Proposta pelo deputado Fernando Mineiro (PT),
o debate contou com a participação de parlamentares, representantes dos
municípios, Correios e sindicatos.
“A possibilidade de fechamento dessas agências preocupam a população,
porque são serviços importantes para as pessoas que já dispõem de poucas opções
bancárias. Por isso, é importante que se discuta alternativas”, explicou
Fernando Mineiro.
Representante dos
Correios, o gerente de segurança das agências da estatal no Rio Grande do
Norte, Marconi Edson, explicou os motivos pelos quais já ocorreu a suspensão
dos serviços em algumas das agências. Segundo ele, os recorrentes casos de
violência no estado ensejaram mais investimentos na área de segurança, já que
as agências postais se tornaram alvo dos criminosos. Os valores investidos
somente em vigilância, ainda de acordo com Edson, superam R$ 11 milhões no Rio
Grande do Norte. Porém, com a crise financeira, a estatal já está desativando o
serviço.
“Não dá mais. A empresa
não tem caixa para arcar com todos os serviços de vigilância que contratamos.
Fizemos cortes a partir de hoje temos 40% das unidades com o serviço de
vigilância. Nelas, só haverá consulta de crédito, abertura de contas, mas sem
fluxo de dinheiro, como depósitos ou saques. Infelizmente, essa é a situação”,
explicou Marconi Edson.
Uma alternativa
levantada pelo representante dos Correios foi que ocorresse parceria entre os
municípios com a estatal para que houvesse uma contrapartida ou custeio desses
gastos com vigilância. Caso não seja possível, de acordo com ele, a tendência é
que os Correios não tenham mais condições de manter os serviços dos bancos
postais.
“Até o dia 11 de outubro vamos manter os vigilantes em parte dessas
agências, que é o caixa que possuímos para o custeio. Os Correios discutirão
com o Banco do Brasil, que é responsável pelo serviço de banco postal, se será
mantido o contrato”, explicou Marconi Edson.
O secretário-geral do
Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e
Similares, José Rivaldo da Silva, disse que os profissionais dos Correios estão
temerosos com a situação e cobram a manutenção dos serviços. Para ele, não é
possível se justificar a crise para o fechamento dos bancos postais, já que há
o interesse social e é importante para a população. Por isso, ele cobra a
pressão por parte da classe política.
“Para a gente conseguir
manter a agência aberta, é interessante falar com os parlamentares para cobrar
e pressionar o presidente dos Correios. Se não houver pressão popular para
manter esse e outros serviços, estamos fadados a ver várias agências fechadas e
acabar o comércio em várias cidades, que é um dos reflexos”, disse José
Rivaldo.
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