Editorial: Prefeitos
que ganharam eleição na base do "discurso fácil" evitam murmurações
sobre escassez de recursos; discurso contraditório atestaria dificuldades dos
antecessores.
O ano de 2017 já está
se encaminhando para o fim. Com dezembro "às portas", muitos dos
novos prefeitos que venceram o pleito de 2016 na base do discurso fácil
(repleto de promessas mirabolantes sem previsão orçamentária), já estão
desanimados ante a perspectiva negativa quanto ao futuro no que se refere aos
aspecto financeiro.
Passada a euforia da
batalha eleitoral, muitos gestores começaram a perceber, logo nos primeiros
dias após a posse, que as alegações de seus antecessores sobre as dificuldades
impostas pela crise financeira não se tratava apenas de um "cavalo de
batalha" para garantir o êxito nas urnas, pelo contrário, é uma dura
realidade vivenciada em todo o país.
Todavia, para alguns,
admitir essa constatação publicamente seria algo inimaginável, pois,
certamente, os colocariam na "vala" da contradição e,
consequentemente, geraria uma espécie de sobrevida aos seus antecessores que,
inegavelmente, estavam cobertos de razão.
Aquela conversinha
fiada (especificamente dos à época candidatos) de que "fulano não faz isso
ou aquilo porque não quer; é incompetente, dinheiro tem sobrando, falta quem
saiba gerenciar", pelo visto, teve que ser engolida a seco.
Agora, passados quase
onze meses de gestão dos novos prefeitos, precisamos ser verdadeiros: em muitas
cidades que trocaram de prefeitos pouca coisa mudou, em algumas a situação até
piorou, com raríssimas exceções - para ser justo.
Para os ex-prefeitos
que perderam a eleição jurando "com a mão na bíblia" que faltava
dinheiro até para o básico, constatar o silêncio dos atuais prefeitos que estão
"amordaçados" pelo receio de incorrerem em justificativas
contraditórias tem sido algo bastante curioso.
Creio não tratar-se de
um sentimento mesquinho de ficar na torcida pelo "quanto pior
melhor", mas, de esperar pela comprovação de que o tempo é o 'Senhor da
Razão', e implacável para com aqueles que não sabem respeitá-lo.
Resumindo: se a crise
existe, terá que ser abafada. Caso contrário, nada mudou?
Fonte: Politica Pauferrense
0 comentários:
Postar um comentário