Nas eleições estaduais
de 2014, Mossoró não elegeu um representante, com origem na cidade, para a
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, interrompendo uma sequência de
décadas. Um prejuízo enorme para a segunda maior cidade do estado, detentora do
segundo maior colégio eleitoral, que ficou sem voz na Casa Legislativa e, por
consequência, teve as demandas represadas.
Os eleitores
mossoroenses decidiram apostar em candidatas de outras regiões, levados pela
onda da mudança e, também, por um quadro político confuso. A cidade havia
acabado de sair de um processo eleitoral traumático, com a cassação do mandato
da ex-prefeita Cláudia Regina (DEM) e a eleição de Silveira Júnior (PSD) para
Prefeitura, em disputa suplementar.
Criou-se, a partir daí,
a ideia do voto contra as “forças tradicionais” da cidade (leia-se família
Rosado), com Silveira puxando o movimento em favor de seu candidato a deputado
estadual Galeno Torquato (PSD). Surtiu efeito, com os votos dos mossoroenses
migrando para os chamados “candidatos forasteiros”, que nunca trabalharam pela
cidade, mas que em época eleitoral aparecem em busca de voto.
Os números finais das
eleições de 2014 comprovam isso. Do universo de 160.013 eleitores mossoroenses,
contados 105.149 votos válidos, apenas 25.866 foram distribuídos aos candidatos
de Mossoró: Larissa Rosado (PSB), 24.585; Leonardo Nogueira (DEM), 9.111; Neto
Vale (PC do B), 1.243; Gladestone Heronildes (PMDB), 770; e Edson Barbosa (PV),
157 votos. Esse total equivale a pouco mais de 20% do número de eleitores e
apenas um terço dos votos válidos.
Enquanto isso, os
candidatos com origem e trabalho em outras cidades e regiões abocanharam mais
de 40% dos votos válidos, com destaque para a votação de Galeno Torquato, que
recebeu 12.306 votos, o segundo colocado na cidade, ficando atrás apenas de
Larissa Rosado. Também foram bem votados os deputados Souza (PHS), 4.186 votos;
Fernando Mineiro (PT), 3.914; Getúlio Rêgo (DEM), 3.496; além dos candidatos
Adnúbio Melo (PSDC), 3.471 votos; e Bispo Francisco (PSC), 2.130 votos.
Para se ter ideia da
supremacia dos candidatos de fora, na lista dos dez mais votados em Mossoró,
apenas dois candidatos da cidade apareceram: Larissa e Leonardo; e na lista dos
20 mais votados, Mossoró acrescentou apenas mais um: Neto Vale.
POUCOS CANDIDATOS
A disputa de 2018 para
deputado federal, até aqui, não tem atraído um grande número de políticos
locais, ao contrário do que acontece com a corrida à Assembleia Legislativa.
Até aqui, confirmado apenas o projeto de reeleição do deputado Beto Rosado e a
pré-candidatura do Lawrence Carlos (Solidariedade), que foi prefeito de Almino
Afonso, mas é filho de Mossoró e reside na cidade.
A ex-deputada Sandra
Rosado tem dito que deseja voltar à Câmara, no entanto a sua candidatura não é
uma certeza, haja vista as dificuldades que o seu grupo político enfrenta.
Do Cesar Santos
0 comentários:
Postar um comentário