O Ministério Público
Federal no Distrito Federal (MPF/DF) denunciou o ex-ministro do Turismo e
ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à
Justiça, na quinta-feira (7), pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo a
ação, o político recebeu propina ligada às obras do Porto Maravilha, no Rio de
Janeiro, e enviou o dinheiro para paraísos fiscais.
O caso foi remetido
para a 10ª Vara Federal e decorre das investigações da operação Sépsis – feitas
pela mesma força-tarefa que coordena as operações Greenfield e Cui Bono. Se a
denúncia for recebida, Henrique Alves pode virar réu por lavagem de dinheiro cometida
em 2014 e 2015.
O ex-ministro já
responde pelo mesmo crime e por corrupção passiva nos autos da operação Sépsis,
por práticas supostamente cometidas em 2011. Advogado de Henrique Alves nesse
caso, Marcelo Leal afirmou ao G1 que não tinha sido notificado da denúncia até
o fim da tarde e, por isso, não teria como comentar o caso.
O político está preso
desde o último dia 6 de junho, quando a operação Manus foi deflagrada. Segundo
a PF, mesmo na prisão, Alves comandava um esquema de ocultação de bens e fraude
em licitações.
No último dia 26, dois
assessores do ex-ministro e um funcionário do Ministério do Turismo foram
presos por relação com esse suposto esquema, em uma operação intitulada Lavat.
Porto Maravilha
De acordo com a
denúncia, o político usou contas em paraísos fiscais para “encobrir a propina
paga pela Construtora Carioca, uma das responsáveis pela obra Porto Maravilha,
no Rio de Janeiro”. O MPF calcula que o valor desviado ultrapasse a cifra de R$
1,6 milhão.
Segundo a ação, essas
transações foram feitas por uma offshore da qual Alves era beneficiário,
chamada Bellfield. O MPF afirma que a propina foi creditada a pedido do
ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Dados que comprovariam essa movimentação
foram obtidos com instituições financeiras internacionais, depois que as
investigações dessas contas foram transferidas da Suíça para o Brasil.
G 1
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