A recuperação fiscal e
financeira do Rio Grande do Norte foi pauta da reunião da Comissão de Finanças
e Fiscalização (CFF) na tarde desta terca-feira (16), na Assembleia
Legislativa. As duas matérias em pauta tratam da venda dos ativos da Companhia
Potiguar de Gás (Potigás) e da revisão do Plano Plurianual do Estado (PPA) para
o quadriênio 2016-2019.
Em análise, a mensagem 177, que trata da
revisão do Plano Plurianual do RN, recebeu voto do relator e membro da CFF, o
deputado Tomba Farias (PSB), pela admissibilidade da matéria que atende a uma
exigência da Caixa Econômica Federal (CEF) para liberação dos R$ 600 milhões
para o Rio Grande do Norte. “A matéria agora segue para a votação em Plenário
para que os deputados se manifestem”, frisou.
Já a mensagem 186/2018,
que trata da venda dos ativos da Potigás recebeu diligência em decisão unânime
por parte dos membros da CFF, os deputados Tomba Farias, Dison Lisboa (PSD),
Getúlio Rêgo (Democratas), José Dias (PSDB) e George Soares (PR), que preside a
Comissão.
A recuperação do
equilíbrio nas contas estaduais está baseada na Lei Complementar nº 159, de maio
de 2017, que institui o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e garante o
reequilíbrio das contas governamentais, exigindo a transparência nas contas
públicas, e a “solidariedade” entre os poderes, além da implementação das
medidas emergenciais e das reformas institucionais determinadas no Plano de
Recuperação elaborado pelo Governo do Estado.
Em discussão sobre a venda da Potigás, o
deputado Getúlio Rêgo destacou o crescimento da receita da Potigás e a previsão
para o biênio 2018/2019 com expansão progressiva da exploração da energia
eólica e energia solar no Rio Grande do Norte.
O deputado Tomba Farias confirmou acompanhar o
voto do relator e líder do Governo na Assembleia, o deputado Dison Lisboa
(PSD), favorável à venda dos ativos da Potigás. “Temos hoje uma situação
financeira muito difícil no Estado e o nosso entendimento continua sendo pela
alienação dos bens. Esperamos consenso na matéria, mas entendemos a necessidade
da urgência que trata a lei 159”, argumenta o deputado.
Durante a análise da matéria, os titulares da
CFF questionaram artigos do projeto de lei que autoriza a alienação das ações
da Companhia Potiguar de Gás (Potigás). Os questionamentos são referentes ao
artigo primeiro, que autoriza a venda, e o terceiro parágrafo, que mantém os
benefícios concedidos no Programa pelo Desenvolvimento Industrial pelo
Incentivo do Gás Natural (RN Gás Mais).
O presidente da
Comissão de Finanças, deputado George Soares (PR), questionou o futuro da
empresa e dos contratos firmados com empresas do programa RN Gás Mais. Líder do
Governo, o deputado Dison Lisboa (PSD) explicou que “todos os benefícios e
isenções dos contratos já firmados serão mantidos”. De acordo com o
parlamentar, a cada cinco anos é feita a revisão de incentivos e os contratos só
poderão ser revistos nestas datas.
Dison explicou ainda que o regime
previdenciário em atividade atualmente no Rio Grande do Norte precisa ser
alterado – hoje, são 53 mil ativos e o mesmo número para os aposentados. O
parlamentar também falou sobre o percentual de endividamento do Estado, que tem
apenas 2,42% de comprometimento do orçamento líquido. “Enquanto isso, a Bahia
tem 23%, Pernambuco tem 17%. Então, o Rio Grande do Norte ainda tem
possibilidade de reequilibrar as contas públicas garantindo o pagamento desse
apoio do Governo Federal”, frisa.
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