O ministro da Economia,
Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira (15) que as riquezas advindas da
exploração de petróleo na camada pré-sal possam ser usadas para aumentar os
repasses da União para estados e municípios.
Segundo Guedes, a
proposta do governo é que estados e municípios fiquem com até 70% dos recursos
provenientes do pré-sal, como participações especiais, royalties e bônus de
assinatura.
A estimativa do governo
é que o pré-sal possa gerar de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão em recursos
desse tipo nos próximos 15 anos. Guedes participou na tarde desta sexta-feira
de seminário sobre economia na sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no Rio.
De acordo com o
ministro, de todas as receitas obtidas pela União com impostos e tributos,
cerca de 65% ficam com o governo federal e 35% são direcionadas para estados e
municípios.
A distribuição de mais
recursos do pré-sal para estados e municípios tem como objetivo, segundo
Guedes, reequilibrar o pacto federativo e descentralizar a gestão das receitas
do país.
A ideia seria usar o
pré-sal para fazer uma transição menos dolorosa em direção à mudança da relação
dos repasses.
A proposta é um afago a
governadores de estados em grave crise fiscal no país. Segundo Guedes, é também
uma espécie de “balão de oxigênio” para unidades da federação nessa primeira
etapa da reforma do pacto federativo.
O objetivo do governo é
aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre. O novo pacto
federativo viria em seguida, em dois estágios. A destinação da maior fatia dos
recursos do pré-sal aos estados e municípios seria a primeira etapa dessa
mudança.
“A ideia é devolver a
capacidade de gestão do orçamento aos estados e municípios e reabilitar a
classe política brasileira”, disse Guedes. “Ao destinar 70% do pré-sal aos
estados, vamos conseguir fazer uma transição suave para um novo pacto
federativo sem tirar da União”.
O ministro disse
acreditar que a realização de leilão do pré-sal no final deste ano irá
destravar o setor, que, após anos de estagnação em decorrência da paralisia
provocada pela Lava Jato, aos poucos volta a atrair investimentos para o
Brasil.
Guedes disse que o
governo estuda formas de reduzir o preço do gás natural. A ideia seria baratear
a energia. Segundo economistas, energia barata é sinônimo de competitividade
empresarial em um país. Guedes afirmou que pretende promover um “choque de
energia barata”, por meio da competição no setor e aumento dos investimentos na
área.
FOLHAPRESS
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