O governo Fátima
Bezerra (PT) completa três meses neste domingo (31), sem motivo para celebração
ou alguma ação que possa vislumbrar algo positivo no futuro. Pelo contrário.
Até aqui, o Governo não fez o dever do casa, como exige o cenário caótico das
contas públicas e dos setores vitais reclamados pelos potiguares.
A nova administração
repete os erros das gestões anteriores: é relapsa com a obrigação de tomar
decisões duras, preocupada com a popularidade.
Fátima Bezerra assumiu
um Estado quebrado. Ela sabia disso, é fato. Também sabia que era preciso
adotar medidas duras, antipopulares, para enfrentar o desafio de reequilibrar
as finanças públicas. Essas medidas passam pela privatização de estatais, como
Potigás e Caern, revisão do quadro de pessoal, reforma do sistema
previdenciário estadual; dentre outras providências amargas.
A governadora tem
esquivado até aqui. As medidas encaminhadas à Assembleia Legislativa, com uma
ou outra exceção, sugerem a “economia de bodega” diante de um “rombo”
financeiro superior a R$ 4 bilhões, segundo dados do próprio Governo. O que
impressiona é que Fátima Bezerra repete à exaustão o discurso de que o Governo
Federal tem de socorrer o Estado quebrado, como de fato tem, mas se recusa a
fazer a sua parte para receber a ajuda de Brasília (DF).
Uma postura tão frouxa
quanto nociva diante do quadro assustador. O Governo continua acumulando um
déficit de R$ 130 milhões por mês com a Previdência; arrasta-se sem solução
para uma dívida de quase R$ 1 bilhão com salários atrasados e mantém a máquina
ocupada, de alto custo, para atender políticos, correligionários e a base de
apoio na Assembleia Legislativa, repetindo os seus antecessores.
Isso significa dizer,
como resultado de uma matemática simples, que o primeiro ano do governo Fátima
Bezerra aumentará em mais de R$ 1,5 bilhão o “rombo” nas contas públicas. Isso
só com a previdência estadual. A conta é simples: multiplique o déficit mensal,
que é de R$ 130 milhões, por 12 meses, que você chega a um montante de R$ 1,56
bilhão.
O fato é que a
governadora fez opção pelo discurso – cômodo – populista e do sindicalismo
inconsequente, em detrimento do Estado como um todo. De positivo, apenas o
apoio de sindicalistas e sindicatos. Ela distribuiu cargos e neutralizou o
movimento de servidores públicos, tanto que, mesmo sem ter qualquer previsão de
atualizar os salários, quitar quatro folhas atrasadas, o Governo não sofre
pressão das entidades sindicais.
Mas, isso é muito pouco,
ou nada, diante do tamanho da crise que vive o RN. Daqui a pouco acaba a lua de
mel, e a população potiguar vai cobrar nas ruas, sem convocar as entidades
sindicais, que até pouco tempo perturbavam a vida de ex-governadores.
Do Cesar Santos/Jornal
de Fato
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