O DEM iniciou uma
ofensiva para deixar de ser rotulado como Centrão. A estratégia do partido, que
fez uma convenção nacional, foi montada para reagir ao desgaste cada vez maior
da imagem de fisiologismo grudada no Centrão desde a época em que o então
deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), hoje preso, comandava o bloco na Câmara.
Sob o mote “O Brasil
não pode parar”, a convenção do DEM, em Brasília, defendeu a agenda econômica
com foco nas reformas da Previdência e tributária, mas, nos discursos,
dirigentes do partido mantiveram distância regulamentar do Centrão. A campanha
para “desligar” a sigla do grupo também terá destaque nas redes sociais.
Classificado pelo
presidente Jair Bolsonaro como “velha política”, o Centrão foi alvo, no
domingo, das manifestações de rua em defesa do governo. O bloco informal reúne
partidos como DEM, PP, PL (ex-PR), PRB, MDB e Solidariedade e é formado por
cerca de 230 dos 513 deputados.
O presidente da Câmara,
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), é visto como articulador político do grupo, que
já impôs uma série de derrotas ao Palácio do Planalto, como a retirada do Conselho
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do ministro da Justiça,
Sérgio Moro, e a aprovação do Orçamento impositivo.
“O Democratas nunca
será Centrão”, disse o presidente do DEM, ACM Neto, logo após as mobilizações,
há quatro dias, dando a senha para a reação do partido. Prefeito de Salvador,
ACM Neto saiu em defesa de Maia, que foi criticado nas ruas. No Rio,
manifestantes carregaram até mesmo um boneco pixuleco com o rosto do deputado.
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