O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou ao Estado que não vai se afastar do
cargo. Alvo de ataque cibernético e de vazamento de diálogos atribuídos a ele
com procuradores da Lava Jato, no Telegram, Moro disse que o País está diante
de “um crime em andamento”, promovido, conforme sua avaliação, por uma
organização criminosa profissional. Moro afirmou que não há riscos de anulação
do processo do triplex do Guarujá, que levou à prisão do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O ex-juiz da Operação
Lava Jato vê viés político-partidário na divulgação das mensagens tiradas de
aplicativo do coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol. Ele
falou em “sensacionalismo” e disse que réus e investigados da Lava Jato teriam
interesse no caso. O ministro não reconhece a autenticidade das mensagens e, na
primeira entrevista após ter virado alvo dos hackers, desafiou a divulgação
completa do material.
Ele afirmou ainda não
ver ilicitude nos diálogos e disse que conversava “normalmente” também com
advogados e delegados, inclusive por aplicativos. Em quase uma hora de conversa
em seu gabinete em Brasília, Moro descartou impactos do caso para o governo
Jair Bolsonaro e para o pacote anticrime, que defende no Congresso.
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