O ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou durante audiência na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que não pode reconhecer a autenticidade
de mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil com procuradores da Lava
Jato e voltou a dizer que não há irregularidade nos conteúdos apresentados, mas
“sensacionalismo” Ele declarou novamente que não praticou nada de ilícito
enquanto era juiz responsável pelo julgamento de casos da operação em Curitiba.
“Evidentemente
pode ter havido alguma troca de mensagens, mas nada que não tenha sido normal
se fosse presencial. Não estou dizendo que reconheço autenticidade, não tenho
como dizer disso. Do texto, como eu li particularmente e muitas outras pessoas
que se pronunciaram sobre o assunto não viram qualquer espécie de infração.”
Ele ainda levantou a possibilidade de as mensagens terem sido alteradas antes
de serem publicadas. Moro alegou não possuir mais o conteúdo das conversas.
O ex-juiz da Lava Jato
registrou que seu celular foi atacado no dia 4 de junho e que informou o
ocorrido à Polícia Federal. De acordo com informações citadas por ele, não
houve captura do conteúdo do aparelho. Ele reconheceu ter usado o aplicativo
Telegram durante um período e parado de usar o mesmo em 2017.
Engano
Moro ainda afirmou que
se enganou quando pensou que, saindo da magistrado, os ataques contra seu
trabalho iriam acabar. “Eu sempre agi conforme a lei”, declarou. “Não foi algo fácil, fui sempre
constantemente vítima de ataques. Pensei que, saindo da magistratura e vindo a
assumir essa posição de ministro, tenha se passado esse revanchismo, esses
ataques ao trabalho do juiz enfrentando ali a corrupção com aplicação imparcial
da lei, teriam acabado, mas pelo jeito aqui me enganei.”
O ministro classificou
o caro como uma invasão feita por um grupo criminoso organizado. Ele levantou
três possibilidades como objetivos de uma eventual organização criminosa:
invalidar condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, obstaculizar investigações
em andamento ou “simplesmente” atacar instituições.
Estadão Conteúdo
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