O juiz Vallisney de
Souza Oliveira, titular da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu há pouco
prorrogar a prisão temporária dos quatro presos pela Polícia Federal (PF) sob
suspeita de invadir o telefone celular do ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades.
Com a decisão, os
suspeitos Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen
Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto deverão continuar presos por mais
cinco dias.
Os acusados foram
presos na terça-feira (23), por determinação do magistrado, na Operação
Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura
enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma
informação é confiável quando, na realidade, não é.
Até o momento, somente
a defesa do casal Gustavo e Suellen se manifestou publicamente sobre o caso.
Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, Gustavo nega ter invadido telefones e
participado da divulgação das supostas conversas feitas pelo então juiz federal
da 13ª Vara Federal, Sergio Moro.
Moreira, no entanto,
admitiu que Gustavo revelou ter recebido de seu amigo, Walter Delgatti, cópia
de uma das mensagens atribuídas a Moro, antes desta se tornar pública,
veiculada por veículos de imprensa.
Decisão
Na decisão, o
magistrado disse que os acusados devem continuar presos para não atrapalhar as
investigações.
“Sem a prorrogação de mais cinco dias das prisões, soltos os
investigados poderão agir e combinar e praticar condutas, isoladamente e em
conjunto, visando apagar provas em outros endereços, mudar senhas de contas
virtuais, fazer contatos com outras pessoas eventualmente envolvidas, retirar
valores de contas desconhecidas ou de algum modo prejudicar o inquérito
policial”.
Vallisney Oliveira
também aceitou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para bloquear as
aplicações suspeitas dos quatro acusados em bitcoins (moedas virtuais).
“A autoridade policial que está na iminência de ter acesso ao conteúdo
dos smartphones de Gustavo Henrique e de Suelen Priscila, quando então poderão
obter as senhas e as chaves das carteiras bitcoin que o casal possui, de modo
que em liberdade poderão acessar e movimentar tais contas de forma a eliminar
provas de eventual produto do crime, obstrução a investigação criminal”,
disse.
Agência Brasil
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