O grupo de trabalho da
Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou um pedido de
demissão coletiva em protesto contra a procuradora-geral Raquel Dodge na noite
desta quarta-feira. Os seis procuradores que compõem o grupo de trabalho da
Lava-Jato na PGR, Raquel Branquinho,Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert
Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira avisaram sobre a demissão por
meio de mensagem enviada nesta noite a grupos coletivos de trabalho das
forças-tarefas da Lava-Jato em Curitiba e no Rio, assinada por seis
procuradores do grupo.
Na manifestação, eles
citam “grave incompatibilidade” com uma manifestação enviada por Dodge ao
Supremo Tribunal Federal (STF) na noite da última terça-feira.
Os procuradores não
citam detalhes do motivo. De acordo com fontes que acompanham o assunto, a
insatisfação se deve a uma manifestação de Dodge sobre a delação premiada do
ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
Dodge enviou a delação
de Léo Pinheiro na terça-feira pedindo para homologar o acordo. A insatisfação,
porém, se deveu ao fato de que a procuradora-geral pediu para arquivar
preliminarmente trechos da delação que envolviam o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ex-prefeito de Marília (SP) José Ticiano Dias
Toffoli, irmão do presidente do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias
Toffoli.
Na proposta de delação,
Léo Pinheiro diz ter feito doações oficiais e repasses via caixa dois a Maia em
troca da defesa de interesses da OAS no Congresso. Já no anexo em que cita o
ex-prefeito de Marília, Pinheiro o acusa de ter recebido caixa dois e propina.
Como mostrou O GLOBO em
junho, Maia e Toffoli vinham defendendo nos bastidores a recondução de Dodge
para mais um mandato à frente da Procuradoria-Geral da República.
O presidente Jair
Bolsonaro prometeu anunciar até amanhã o nome do novo procurador-geral da
República. Dodge, no entanto, não figura mais na lista dos cotados para a
indicação.
O Globo
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