Sergio moro vive um
inusitado paradoxo: Popularíssimo na sociedade, ele se tornou um ministro
impopular no gabinete do presidente da República, cujo prestígio declina.
Segundo o Datafolha, a taxa de aprovação de Moro é 25 pontos maior do que a de
Jair Bolsonaro: 54% a 29%. O atrito de Bolsonaro com Moro se deve a dois
sentimentos nocivos: a inveja e o medo.
Os governos costumam
ter um excesso de cabeças e carência de miolos. O governo de Bolsonaro sofre do
mesmo mal, só que opera com uma cabeça só. Bolsonaro é o tipo de político que
segue a teoria da palmeira única. Não convive muito bem com a ideia de dividir
o gramado com outra palmeira, sobretudo se essa outra árvore tem quase o dobro
do seu prestígio.
Da inveja para o medo é
um pulinho. O presidente passou a enxergar o ex-juiz da Lava Jato como um
potencial rival na sucessão de 2022. Corre o risco de transformar a neurose em
realidade. Até outro dia, o sonho de Sergio Moro era fazer um bom trabalho no
ministério e ganhar uma poltrona no Supremo Tribunal Federal. Empurrado para
escanteio, nada impede que passe a enxergar na política sua melhor alternativa.
A mesma pesquisa que
exibe a musculatura de Sergio Moro informa que os ministros Paulo Guedes, com
38% de aprovação; e Tarcísio de Freitas, com 36%, também colecionam índices de
popularidade acima dos 29% atribuídos a Bolsonaro.
No momento, além de ser
um sub-Moro, o presidente está empatado com o ministro das queimadas, Ricardo
Salles (aprovação de 30%), e o ministro do marxismo cultural, Abraham Weintraub
(29%). Bolsonaro talvez fizesse um bem a si mesmo se esquecesse 2022 para se
concentrar no essencial no presente: a recuperação da economia.
JOSIAS DE SOUZA
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