O presidente Jair
Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (16) que não deseja “tomar partido de
ninguém” e defendeu “transparência” nas contas do PSL, legenda a qual é
filiado.
O presidente deu a
declaração na saída do Palácio da Alvorada, em meio à turbulência na sua
relação com o PSL. Na semana passada, Bolsonaro criticou o presidente da sigla,
deputado Luciano Bivar (PSL-PE), ao afirmar que ele estava “queimado”.
O atrito gerou o rumor
de que Bolsonaro e um grupo de parlamentares poderão deixar o partido,
informação que o presidente não confirmou oficialmente.
Transparência
Nesta quarta, Bolsonaro
voltou ao assunto e cobrou maior transparência do PSL no uso de recursos
públicos que a legenda recebe, cerca de R$ 8 milhões mensais, segundo o
presidente.
“Ah, o presidente falou
em transparência. Eu falei, sim, em transparência. Então, vamos mostrar as
contas e não ficar, como a gente vê notícias por aí, expulsa de lá, tira da
comissão, vai retaliar”, disse Bolsonaro.
“O partido tem que
fazer a coisa que tem que ser feita, normal. Não tem que esconder nada. Eu não
quero tomar partido de ninguém. Agora, transparência faz parte, o dinheiro é
público, R$ 8 milhões”, acrescentou.
Na semana passada,
Bolsonaro e um grupo de parlamentares do PSL apresentou pedido formal ao
partido para que forneça documentos e informações sobre as contas partidárias
dos últimos cinco anos, incluindo os dados parciais de 2019.
Relação com o PSL
Perguntado se tem
alguma mágoa com Bivar, Bolsonaro disse não ter mágoa com ninguém. Ele declarou
que, por ora, “está tudo em paz”.
O presidente também foi
questionado se defende a saída de Bivar da presidência da sigla. Bolsonaro
respondeu que deseja “transparência” e declarou que não está “tumultuando a
relação” com o PSL.
“Não defendo nada, não
quero saber de nada. Eu só quero transparência”, disse.
Bivar foi alvo de
operação da Polícia Federal (PF) na terça (15), que apura uso de candidatura
laranja pelo partido nas eleições de 2018. A PF cumpriu mandado de busca e
apreensão na casa do deputado federal, em Jaboatão dos Guararapes (PE).
A ação busca saber se
houve fraude no emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres –
ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados em
campanhas femininas.
Segundo a PF, há
indícios de que o dinheiro foi desviado e usado por outros candidatos do
partido. A defesa de Bivar e do PSL divulgou nota afirmando estranhar a
operação em um momento de “turbulência política”.
Acesso a contas
Bolsonaro tem se
reunido desde a semana passada com os advogados Karina Kufa e Admar Gonzaga,
que lhe dão conselhos jurídicos na disputa interna da legenda.
Com o pedido de acesso
a contas, Bolsonaro e os deputados desejam auditar as contas para saber se a
aplicação dos recursos públicos recebidos pelo PSL está correta.
A auditoria pode ser um
caminho para alegação de justa causa para que os parlamentares se desfiliem da
legenda sem o risco de perder os cargos.
Com os dados, os
advogados do presidente pretendem acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
para pedir eventuais providências à Procuradoria Geral Eleitoral e a órgãos
como Receita Federal e Banco Central (BC).
G1
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