O pacote de medidas
econômicas entregue pelo governo ao Senado determina que um quarto de toda a
economia obtida em dois anos com cortes emergenciais de despesas seja destinado
a emendas parlamentares.
O montante, estimado em
R$ 7 bilhões, tem entre os objetivos facilitar a aprovação do texto pelo
Congresso. A liberação de recursos é uma das principais demandas de
congressistas em negociações com o governo.
As emendas são verbas
do Orçamento executadas não por decisão do governo, mas sim de parlamentares e
bancadas para projetos em suas bases eleitorais. No ano passado, foram
autorizados R$ 11,3 bilhões em emendas, segundo dados do Portal da
Transparência do governo.
A medida também vai ao
encontro da ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de devolver ao
Congresso a capacidade de decidir o destino dos recursos públicos.
Na visão da equipe
econômica, o Orçamento hoje está engessado e deixa aos agentes públicos pouca
margem de escolha. No ano que vem, por exemplo, as despesas obrigatórias vão
atingir 94% do total.
Apesar de defender a
retirada de amarras do Orçamento, o governo limitou o uso dos recursos à área
de infraestrutura, vedando a aplicação em áreas como saúde e educação.
“Para incentivar a promoção do investimento em obras públicas, do
montante economizado com as medidas adicionais propostas nesta emenda,
sugere-se que um quarto seja reservado para aplicação em obras”, afirma a
justificativa da proposta do governo entregue ao Senado.
Com isso, a equipe
econômica busca também elevar o patamar do investimento da União. O nível
diminuiu ao longo dos últimos anos e está comprimido pelo teto de gastos.
No ano que vem, por
exemplo, o Orçamento prevê R$ 20 bilhões em investimentos federais (o menor patamar
da série do Tesouro Nacional, iniciada em 2007).
As verbas serão
alocadas em emendas de bancada, e não aquelas definidas individualmente por um
deputado ou senador.
Na avaliação da equipe
econômica, os grupos de parlamentares que formam as bancadas estaduais têm
maior capacidade de definir as reais necessidades de projetos em cada região.
FOLHAPRESS
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