O governo fará nesta
quarta-feira um megaleilão de petróleo, o maior já realizado no Brasil e o maior
do mundo nos últimos anos. No melhor cenário, caso todas as áreas sejam
arrematadas, a arrecadação poderia superar os R$ 100 bilhões. No cenário mais
conservador, já estão garantidos ao menos R$ 69,9 bilhões aos cofres públicos.
Serão licitadas quatro áreas da chamada cessão onerosa.
Ela já foi chamada de “mostrengo
“ou” suco de jabuticaba “. Mas, afinal, o que é cessão onerosa? E o que é o
excedente de cessão onerosa? Até o ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque, admitiu, na semana passada, que antes de ser convidado para integrar
o governo Bolsonaro, nunca tinha ouvido falar do assunto. O presidente da
Petrobras, Roberto Castello Branco, chamou a cessão onerosa de “monstrengo”. E
o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o leilão desta semana seria um
“suco de jabuticaba”.
Não é uma história
complicada de explicar. A cessão onerosa nada mais foi do que uma maneira
encontrada pelo governo Lula para garantir que a Petrobras e a União tivessem
grande participação na exploração do pré-sal.
Tudo começou em 2007.
No primeiro ano do segundo mandato do governo Lula, a equipe da Casa Casa civil
chefiada pela então ministra Dilma Rousseff anunciou a descoberta de bilhões de
reservas de petróleo no pré-sal.
Na época, já se sabia
que a nova fronteira petrolífera colocaria o Brasil entre os maiores produtores
de petróleo.
O governo Lula decidiu
então, que era preciso mudar as regras de exploração de petróleo, para garantir
uma participação maior da União nas decisões. E criou o regime de partilha –
diferente do modelo usado até então, de concessão – exclusivamente para o
pré-sal. Na partilha, as empresas não são donas dos blocos de petróleo e
dividem parte do lucro da exploração com o governo.
Além de garantir uma
parcela maior da receita do petróleo para a União, o governo queria também
assegurar que a Petrobras fosse a principal operadora do pré-sal. Só que a
estatal não teria caixa suficiente para fazer frente aos bilhões de
investimentos necessários para explorar o pré-sal.
É aí que entra a
criação da cessão onerosa. Como fazer a Petrobras manter sua relevância no
pré-sal sem destruir as finanças da estatal?
O GLOBO
0 comentários:
Postar um comentário