Um clima de terror se
instalou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O
presidente da instituição, Gustavo Montezano, mandou demitir, por justa causa,
um funcionário da área da Tecnologia da Informação (TI) sob a alegação de que ele
teria copiado documentos sigilosos com o intuito de vazá-los.
A demissão de Gustavo
Soares, que estava no BNDES desde 2012, provocou revolta entre seus colegas,
pois o estopim para decisão tão radical foi um slide apresentado em agosto
deste ano a superintendentes da instituição. Em carta aberta publicada no site
da Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES) ele se diz injustiçado.
O slide da discórdia
trata da imagem do BNDES. Constam nele pontos de atenção sobre a reputação do
banco junto à mídia e seu discurso político. Por um erro, esses dados foram
disponibilizados por meio de um diretório público, chamado de Arquivo X, que
pode ser acessado por todos os empregados do banco.
Numa reação considerada
truculenta pelos funcionários do BNDES, a diretoria comandada por Montezano
abriu uma sindicância interna para apurar como o slide se tornou público.
Constatou-se que Gustavo Soares havia baixado a apresentação e a arquivou em
seu computador com uma série de outros documentos sem qualquer relação com a
instituição.
Sem defesa
Soares diz que foi
demitido sumariamente, sem qualquer chance de defesa. Na carta publicada no
site da AFBNDES, ele garante: “Nunca vazei qualquer informação para fora do
banco. Nunca fui advertido em razão de qualquer atitude no banco e recebi pena
máxima baseado em normas que a maioria desconhece”.
A caça às bruxas no
BNDES já havia feito outra vítima em outubro, quando Luciana Tito foi demitida
da Superintendência da Área Jurídica Operacional por ter discordado da forma
como vinha sendo conduzida a estratégia de venda de ações pelo instituição.
Na avaliação de
funcionários do BNDES, se esse clima de terrorismo continuar, será impossível
evitar uma rebelião. Para empregados do banco, estão usando o sistema de
desligamento sumário para inibir qualquer tentativa de questionamento da atual
política do banco e para evitar que ações nada convencionais se tornem pública.
O BNDES não comenta o assunto.
Correio Braziliense
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