Uma nudez autofágica
com redes sociais. Foi assim, com singela objetividade, que o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, descreveu a desavença que levou Jair Bolsonaro a
deixar o partido pelo qual se elegeu para criar uma nova legenda.
“Esta briga do PSL é uma briga de poder, pelo tempo de TV e pelo fundo
partidário”, declarou Maia ao site do Globo. “Acontece em todos os partidos, mas no caso deles, como são o partido
das redes sociais, é uma briga bem explícita. Todo mundo nu e se matando”.
Donos de cargos
majoritários, o presidente e seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro, já se
desfiliaram do PSL. O caso dos deputados bolsonaristas é diferente. Pela lei,
seus mandatos pertencem ao partido.
A legislação abre duas
brechas para que deputados deixem suas legendas levando os mandatos: 1) “Grave
discriminação política pessoal”; 2) “Mudança substancial ou desvio reiterado do
programa partidário”.
A turma de Bolsonaro
alegará na Justiça Eleitoral que foi perseguida pelo grupo de Luciano Bivar,
dono e presidente do PSL. Não basta alegar, precisa provar.
Normalmente, disse
Maia, disputas partidárias por poder, tevê e dinheiro costumam ser dissolvidas
em saliva. “Ao longo do tempo, isso vai decantando. E as pessoas percebem que
não é o caminho correto, que é melhor construir através do diálogo”.
O PSL, porém, foi
convertido por Bolsonaro na mais despida das legendas. Expõe um nu que ninguém
pediu. Mas ninguém faz a concessão de uma surpresa. A obscenidade política já
não espanta.
Josias de Souza
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