A Anvisa definiu regras
para testar no Brasil uma terapia experimental com plasma, técnica que utiliza
o sangue de pacientes curados do novo coronavírus para tratar pessoas que
tenham sido infectadas pela doença e estejam em estado grave de saúde.
Segundo o órgão, o soro
convalescente humano apresenta o potencial de ser uma opção para o tratamento
da covid-19, já que os anticorpos (imunoglobulinas) presentes no plasma
convalescente são proteínas que poderiam ajudar a combater a infecção.
O plasma convalescente
é a parte líquida do sangue coletada de pacientes que se recuperaram de uma
infecção e sua administração passiva é um meio que pode fornecer imunidade
imediata a pessoas suscetíveis. No caso da covid-19, trata-se de um produto que
pode estar rapidamente acessível, à medida que exista um número suficiente de
pessoas que se recuperaram da doença e que possam doar o plasma contendo
imunoglobinas que reajam contra o vírus.
O procedimento – já
posto em prática com sucesso para o tratamento da SARS (Síndrome Respiratória
Aguda Grave) e nas epidemias de ebola e H1N1 – foi adotado pelo Hospital
Policlínico de Pavia, na Lombardia, região situada no norte da Itália. A
primeira doação recebida pelo centro médico foi de um casal de médicos, de
acordo com relatos da mídia italiana.
A nota técnica emitida
pela Anvisa ressalta que o método deverá ter a sua eficácia aprovada pelo CFM
(Conselho Federal de Medicina) e Ministério da Saúde, mas pode ser utilizado em
caráter experimental, mediante a adesão às normas previstas para a realização
de pesquisa em seres humanos no Brasil.
A decisão por utilizar
o plasma convalescente para a covid-19 poderá ser tomada sob responsabilidade
do profissional médico, esclarecendo-se o caráter experimental e os riscos
envolvidos, mediante consentimento dos pacientes ou seus familiares, além de
conformidade com as regras de produção e qualidade aplicados em serviços de
hemoterapia, serviços assistenciais de saúde e os requisitos para segurança
daquele que receberá o tratamento.
Uso nos EUA
A FDA (Food and Drug
Administration, na sigla em inglês), a agência reguladora dos Estados Unidos,
foi a primeira a publicar orientações para o uso do plasma convalescente,
enfatizando o empenho do órgão em fazer todo o possível para possibilitar
respostas oportunas à pandemia de covid-19, além de facilitar o acesso aos
produtos investigacionais para pacientes graves da doença ou com risco de morte
iminente.
Segundo a FDA, o plasma
convalescente está sendo investigado para o tratamento da covid-19 porque não
há tratamento aprovado para esta doença e há estudos que sugerem o potencial do
uso deste material.
R7
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