O presidente Jair
Bolsonaro (sem partido-RJ) julgou como uma “interferência brutal” do Supremo
Tribunal Federal (STF) a decisão do ministro Alexandre de Moraes que impediu a
posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, em
substituição a Maurício Valeixo. Em entrevista à TV BandNews, Bolsonaro disse
que não pode concordar tal iniciativa e que estaria sendo até complacente com o
que entende como interferência indevida no Poder Executivo.
“Foi mais uma brutal
interferência do STF no Executivo, não podemos concordar com isso. Estou sendo
consciente e complacente demais, não quero dar soco na mesa e afrontar ninguém,
mas peço que não afronte o Poder Executivo”, falou o presidente.
A decisão de barrar a
nomeação de Ramagem, no fim de abril, ocorreu após pedido apresentado pelo PDT.
No despacho, o ministro considerou que as declarações do ex-ministro Sérgio
Moro sobre tentativa de interferências na autonomia da PF tornaram necessária a
suspensão da posse, ao menos em caráter provisório. Ele também citou a
divulgação de mensagens trocadas entre o presidente e o ex-ministro e a
abertura do inquérito no próprio Supremo para investigar as acusações. Segundo
Alexandre de Moraes, o caso apresenta “ocorrência de desvio de finalidade”.
Na entrevista,
Bolsonaro também disse que o STF errou ao dar autonomia a Estados e municípios
no desenvolvimento e aplicação de medidas contra a covid-19. “O STF errou,
tinha que ter uma orientação governamental, eu poderia fazer um conselho, fazer
as políticas”, explicou.
Estadão Conteúdo
0 comentários:
Postar um comentário