O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse na manhã desta segunda-feira (7) que espera ter até o fim de 2021 cerca de 150 milhões de brasileiros vacinados contra a Covid-19 em todo o país. No entanto, Mourão não mencionou a vacina de qual fabricante será utilizada e nem detalhou o plano de imunização.
“Brevemente nós vamos
voltar a estar reunidos, como sempre estivemos, pois vamos dispor da vacina, a
vacina que será distribuída em todo território nacional. Esperamos até o final
de 2021 termos em torno de 150 milhões de brasileiros vacinados, que é um número
extremamente significativo e, consequentemente, termos a capacidade de retomar
a normalidade nas nossas vidas”, afirmou durante entrevista na Associação
Comercial de São Paulo, em comemoração aos 126 anos da entidade.
O número citado por
Mourão é superior aos 109,5 milhões de pessoas citadas pelo Ministério da Saúde
em 1º de dezembro. O vice-presidente não explicou a divergência.
Na ocasião, o
Ministério da Saúde disse que a estimativa é que a vacinação ocorra “em duas
doses, como previsto pelos esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pelo
Ministério da Saúde – Fiocruz/AstraZeneca e por meio da aliança Covax
Facility”.
Durante a palestra, o
vice-presidente também disse que o governo agiu de “forma eficiente” durante a
pandemia e evitou um colapso do sistema com o repasse de recursos para estados
e municípios, com a compra de recursos necessários e a distribuição de
profissionais da saúde.
Em novembro, o
presidente Jair Bolsonaro afirmou em parecer enviado ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que o Ministério da Saúde não dá tratamento diferenciado às
vacinas em desenvolvimento pela China e pela Universidade de Oxford.
As chamadas “definições
preliminares da estratégia” não citam a vacina CoronaVac, da farmacêutica
chinesa Sinovac, que está na fase final de testes e já tem previsão de
distribuição no Brasil.
Em 21 de outubro,
Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o Brasil não irá comprar “a vacina da
China”. No dia anterior à postagem, o Ministério da Saúde havia anunciado a
compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela
farmacêutica chinesa Sinovac.
“A Consultoria Jurídica
junto ao Ministério da Saúde assegura que não há tratamento diferenciado entre
a vacina Coronavac e a AstraZeneca”, diz parecer assinado pelo presidente e
elaborado pela Advocacia Geral da União (AGU).
Plano preliminar
Em 1º de dezembro, o
Ministério da Saúde divulgou os primeiros pontos da estratégia “preliminar”
para a vacinação da população contra a Covid-19 que será divido em quatro
etapas:
Primeira fase:
trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas
com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos
e instituições psiquiátricas) e população indígena.
Segunda fase: pessoas
de 60 a 74 anos.
Terceira fase: pessoas
com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como
pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).
Quarta fase:
professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional
e população privada de liberdade.
Apesar da divulgação
preliminar, o governo afirma que o plano de imunização só ficará pronto quando
houver vacina registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
G1
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