A votação da PEC
começou pelo Senado e foi concluída na madrugada desta sexta-feira (12) na
Câmara dos Deputados. A proposta, além de pavimentar a volta do pagamento do
auxílio emergencial, traz dispositivos para evitar o descontrole das contas
públicas.
A sessão solene foi
presidida pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco
(DEM-MG), e contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur
Lira (PP-AL). O evento foi realizado na modalidade semipresencial.
Emendas à Constituição
são promulgadas pela mesa diretora do Congresso em sessão conjunta e não
precisam da sanção do presidente da República.
A PEC Emergencial é
vista pela equipe econômica do governo como uma forma de evitar a
desorganização fiscal do país. De um lado, o texto reserva R$ 44 bilhões em
gastos extras para financiar o auxílio. Ao mesmo tempo, cria mecanismos para
tentar compensar esse gasto adicional ao longo dos próximos anos, com contenção
de despesas (veja detalhes mais abaixo).
Durante a tramitação na
Câmara, alguns trechos foram retirados do texto aprovado pelos senadores. Entre
os dispositivos excluídos está o que vedava a promoção a servidores públicos em
períodos de crise fiscal (determinados por critérios estabelecidos na PEC). A
retirada desse trecho deve reduzir em R$ 1,5 bilhão a economia da proposta.
‘Para tudo há seu
tempo’
O presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco afirmou em seu discurso que o Brasil já vem “empreendendo um
notável esforço de ajuste fiscal” nos últimos anos, mas que “para tudo há seu
tempo”. Pacheco disse ainda que o Congresso Nacional tem caminhado para o que
“se espera” dele.
“Para cada
comportamento, cada medida, há um justo momento. Durante os últimos anos o
Brasil vem empreendendo um notável esforço de ajuste fiscal, compreendendo a
fixação de um teto máximo de gastos do poder público, um orçamento que caiba na
receita tributária do país, a modernização e a dinamização da economia”, disse.
“Temos caminhado para o
que se espera deste Congresso Nacional em matéria de reformas e avanços
institucionais, mas, como eu disse, para tudo há seu tempo”, completou.
Em seu discurso, o
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que a PEC Emergencial
possibilitará o pagamento do auxílio emergencial sem “aventuras fiscais” e que
sua aprovação mostra que o “parlamento brasileiro está pronto para tomar
medidas robustas e céleres”.
“O foco da nação é enfrentar a epidemia, salvando vidas e apoiando
aqueles brasileiros que foram mais afetados pela crise, neste sentido a emenda
constitucional nº 109/2021 permitirá que o estado pague um novo auxilio
emergencial sem aventuras fiscais, sem comprometer as finanças públicas e a
moeda nacional”, disse Lira.
“Esta
emenda é também uma prova de que o parlamento brasileiro está pronto para tomar
medidas robustas e céleres que respondam ao interesse nacional”,
completou o presidente da Câmara dos Deputados.
Auxílio Emergencial
A PEC Emergencial não
detalha valores, duração ou condições para o novo auxílio emergencial, que
terão de ser definidos em outro texto.
A PEC estabelece que o
governo poderá ter R$ 44 bilhões em despesas no ano que não ficarão sujeitos à
regra do teto de gastos, que determina que as despesas de um ano devem ser
iguais às do ano anterior, corrigidas apenas pela inflação, ou à regra de ouro,
que impede o governo de se endividar para fazer despesas que não sejam
investimentos.
Com isso, o governo
fica livre para pagar o auxílio sem incorrer em irregularidade.
O valor aprovado não
significa que o auxílio custará exatamente R$ 44 bilhões. O governo trabalha
com a ideia de quatro parcelas de pagamentos. O ministro da Economia, Paulo
Guedes, disse que as parcelas devem ficar entre R$ 175 e R$ 375.
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