Uma em cada quatro pessoas acima dos 18 anos no Brasil já tomou a primeira dose das vacinas disponíveis contra o coronavírus, o equivalente a 40,3 milhões dos 160,9 milhões de indivíduos pertencentes a esta faixa etária, segundo dados do IBGE. Já entre os imunizados, isto é, que tomaram as duas doses, o total é menor. São 19,9 milhões de brasileiros adultos, cerca de 12,4%.
As informações foram
levantadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, e se
baseiam nos dados do consórcio de imprensa*. O balanço inclui todas as informações
divulgadas pelas secretarias estaduais de Saúde até as 20h desta quarta-feira
(19/5).
Desde 17 de janeiro
deste ano, o país conseguiu aplicar 60.274.649 doses dos imunizantes
disponíveis. O ritmo de vacinação, no entanto, vem diminuindo nos últimos dias
com a falta de insumos para a produção de novas vacinas.
Levantamento feito pelo
Metrópoles, com base nos dados coletados pelo consórcio, indica que média móvel
de vacinação caiu 34,6% em 19 dias, desde o pico da média móvel diária de
aplicação de doses, alcançado em 29 de abril.
Para Brigina Kemp,
epidemiologista e membro do Observatório Covid-19 BR, a comemoração dos números
de vacinados é tardia. “Devemos comemorar, mas precisamos lamentar que tenhamos
só isso. Já deveríamos ter vacinado muito mais”, afirma.
Ao assumir o cargo de
ministro da Saúde, Marcelo Queiroga afirmou que pretendia vacinar cerca de 1
milhão de brasileiros por dia, com o intuito de acelerar a proteção da
população. A meta, contudo, foi cumprida em apenas 14 dos 58 dias de sua
gestão.
Brigina alerta que o país
segue com o desafio de conferir a imunização completa para os grupos
prioritários. E isso só acontece com a aplicação de duas vacinas, conforme
apontado por estudos clínicos das vacinas Coronavac, AstraZeneca e Pfizer,
únicas utilizadas no país até o momento.
Sem a 2ª dose
Na última pesquisa
divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 1.142 municípios
brasileiros ficaram sem a segunda dose de imunizantes entre os dias 10 e 13 de
maio. Foram ouvidos gestores de 3.051 municípios do país.
A especialista ressalta
que a falta de aquisição de vacinas e estimativas populacionais defasadas
acabam gerando desigualdade da imunização no país. “Com poucas vacinas e com as
estimativas baixas (na projeção da população, por conta da falta do Censo Demográfico),
muitos lugares ficaram com doses sobrando, enquanto outros não conseguem
aplicar em toda a faixa populacional estimada”, conclui.
* O consórcio de
imprensa é composto pelos veículos G1, O Globo, Extra, Estado de S.Paulo, Folha
de S.Paulo e UOL.
METRÓPOLES
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