A China questionou nesta segunda-feira (19) o propósito de uma segunda fase de estudos coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para investigar as origens do coronavírus no país.
As autoridades chinesas
afirmaram que a missão é “inconsistente com a posição da China e muitos outro
países”, já que a OMS criticou uma suposta falta de transparência das
autoridades em relação aos esforços de rastreabilidade do SARS-COV-2, o vírus
causador da Covid-19.
Em uma coletiva de
imprensa, Zhao Lijian, representante do Ministério de Relações Exteriores da
China, afirmou que a OMS já atingiu uma “conclusão clara” sobre as origens do
vírus, e que os indicativos reunidos até então fazem um “vazamento pelo
laboratório ser extremamente improvável”. Além disso, o país ressaltou que
“alguns países” têm “politizado” o assunto.
“A rastreabilidade é um
assunto científico sério, e deve ser conduzido em colaboração com cientistas ao
redor do mundo. Nós estamos preocupados com a politização atual desse tema em
alguns países. É esperado que a OMS tenha o espírito científico,
profissionalismo e objetividade, e trabalhe com a comunidade internacional para
manter um rigor científico e seriedade em relação à rastreabilidade, em um
trabalho conjunto para manter uma atmosfera colaborativa contra epidemias”,
declarou o porta-voz.
Em maio deste ano, o
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu 90 dias para que os serviços de
inteligência do país produzam, com “esforço redobrado”, um novo relatório sobre
as origens do coronavírus – medida considerada “manipulação política” e
“desrespeito à ciência” pela China.
O argumento americano é
de que os dados atuais são insuficientes para determinar se o vírus veio da
natureza ou escapou, acidentalmente, do Wuhan Institute of Virology (WIV),
laboratório que trabalha com engenharia genética de diferentes coronavírus e
que fica a poucos quilômetros do mercado ligado ao primeiro surto da Covid, que
aconteceu no fim de 2019.
Os novos planos da OMS
incluem auditar os laboratórios e os mercados em Wuhan, e a organização pediu
por transparência das autoridades. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, divulgou o plano aos estados-membros dizendo que as investigações
têm sido dificultadas pela falta de dados brutos sobre os primeiros dias de
disseminação da Covid-19 na China.
A segunda fase dos
estudos incluirá estudos de humanos, vida selvagem e mercados de animais em
Wuhan, incluindo no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, afirmou Tedros em
posicionamento divulgado.
CNN Brasil
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