Se o MDB declinar da decisão de ter uma candidatura própria ao Palácio do Planalto, a ala que defende o apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) seria amplamente majoritária na convenção nacional do partido.
Esta foi uma
constatação feita pela direção emedebista após um levantamento recente com base
nos delegados eleitos pelos diretórios estaduais, nas bancadas e nos prefeitos
do partido. O resultado mostra que, embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) mantenha forte interlocução com caciques do MDB no Nordeste, o
bolsonarismo é mais forte na correlação de forças interna.
A pesquisa se tornou
uma arma na estratégia da cúpula emedebista para tentar consolidar a
pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS). A direção do partido, presidido
pelo deputado Baleia Rossi (SP), enfrenta resistências internas para manter a
candidatura própria.
O argumento é que
somente com um nome na disputa presidencial a sigla conseguirá manter a coesão
e formar uma bancada forte no Congresso a partir de 2023. Apesar dos baixos
índices de intenção de voto nas pesquisas, Simone Tebet é vista por
articuladores de uma candidatura unificada no centro político como o nome mais
viável no momento. Pesa a seu favor o fato de ser mulher em uma eleição na qual
o segmento feminino costuma concentrar parcela maior de indecisos.
No caso do MDB, Tebet é
vista como trincheira à força gravitacional da polarização Lula-Bolsonaro. O
antipetismo, contudo, tem força nas bases mais organizadas da legenda.
Estadão Conteúdo
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