Se, de um lado, Jair
Bolsonaro (PL) perdeu as eleições presidenciais, do outro, o bolsonarismo saiu
vencedor na composição do Parlamento. Não à toa o atual titular do Planalto
alavancou a eleição das maiores bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal. Foi o bom desempenho do PL nas urnas que acendeu, no partido, a
vontade de comandar uma das Casas do Legislativo.
Lula sabe que terá de
enfrentar uma oposição numerosa e barulhenta. Diante disso, trabalha nos
bastidores com acenos ao Centrão na expectativa de conseguir demover a rejeição
enfrentada dentro do Parlamento. Para isso, o petista decidiu incluir legendas,
como PSD e MDB, na equipe de transição de governo; indicou apoio a Rodrigo
Pacheco (PSD-MG) para a Presidência do Senado e deixou em aberto a
possibilidade de endossar a reeleição de Lira para o comando da Câmara.
Ainda durante as
tratativas, houve um primeiro contrato frustrado entre PT e Progressistas. Em
paralelo, os petistas tentam avançar nas negociações com Luciano Bivar (PE)
para angariar o apoio do União Brasil na composição da base governista para o
próximo ano. O deputado federal por Pernambuco já afirmou que não será “de
jeito nenhum” oposição a Lula.
Mesmo se convencer o
partido a integrar o governo, o petista não terá unanimidade dos filiados.
Grande parte dos correligionários, inclusive Bivar, são originários do PSL –
partido que elegeu Bolsonaro presidente e fundiu com o Democratas para criação
da atual legenda.
Hoje, é grande a
relutância de parlamentares eleitos em apoiarem o governo petista, em outros
casos é dada como impossível. Vale lembrar que entre os eleitos pela legenda
está Sergio Moro (PR), algoz de Lula e responsável pela sua prisão no âmbito da
operação Lava Jato.
Metrópoles
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