A provável lavada de Arthur Lira (PP) na Câmara e as articulações da oposição no Senado devem deixar uma fatura alta para o presidente Lula na montagem de sua base de apoio, segundo o jornalista Bruno Boghossian, da Folha de São Paulo.
Segundo a publicação, ao
anunciar a decisão de não interferir na disputa, o governo precisou abrir mão
de exercer seu poder de coordenação política e deixou o caminho livre para que
o atual presidente da Câmara organizasse sua própria coalizão.
Com uma reeleição
maiúscula, Lira demonstrará influência sobre deputados que, hoje, estão fora da
órbita do governo. Aliados do presidente da Câmara e políticos governistas
dizem que esse quadro obrigaria Lula a chamar Lira para participar da
distribuição de verbas e cargos para esses parlamentares.
Ainda de acordo com à
Folha, a eleição desta quarta-feira (1º) também deve dar a Lula a prova final
de que a negociação de cargos no primeiro escalão foi insuficiente para
construir uma base aliada firme no Senado. Nos últimos dias, o governo precisou
abandonar o discurso de neutralidade e entrar no circuito para tentar evitar
uma derrota de Rodrigo Pacheco (PSD).
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