A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, se manifestou contra o mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta-feira (3/5), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Verine, que investiga uma associação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19.
A vice-PGR se manifestou
contra a realização de buscas e apreensões direcionadas ao ex-presidente e à
sua esposa, Michelle Bolsonaro. “Os elementos de informação incorporados aos
autos não servem como indícios minimamente consistentes para vincular o ex-presidente
da República e sua esposa aos supostos fatos ilícitos descritos na
representação da Polícia Federal, quer como coautores quer como partícipes”,
argumenta Lindôra.
“Contudo, diversamente do
enredo desenhado pela Polícia Federal, o que se extrai é que Mauro Cesar
Barbosa Cid teria arquitetado e capitaneado toda a ação criminosa, à revelia,
sem o conhecimento e sem a anuência do ex-presidente da República”, continua.
Lindôra afirma, ainda,
que não há “lastro indiciário mínimo” para sustentar o envolvimento de
Bolsonaro à atividade de inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do
Ministério da Saúde.
Entretanto, os argumentos
da vice-procuradora-geral da República não foram capazes de sensibilizar o
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou
a operação da PF.
No total, foram cumpridos
16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em Brasília e no
Rio de Janeiro. Ao menos dois ex-ajudantes de ordem e seguranças do
ex-presidente acabaram presos. Um deles é o ex-policial Max Guilherme,
ex-assessor especial de Bolsonaro, além de Mauro Cid e Sérgio Cordeiro,
ex-assessor e segurança de Bolsonaro.
A operação cumpriu
mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
suspeito de ter tido o cartão de vacinas dele e da filha, Laura, adulterados. O
celular dele foi apreendido.
Na casa de Mauro Cid, a
PF apreendeu US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie. Os valores foram encontrados em
um cofre. Também foram encontrados certificados de vacinação falsos do militar
e de seus familiares.
Segundo a PF, os
suspeitos da fraude inseriram dados falsos de vacinas contra a Covid-19 nos
sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e
depois apagaram.
Metrópoles
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