O Ministério de Minas e Energia indicou formalmente o advogado Renato Campos Galuppo para o conselho de administração da Petrobras. A comunicação foi feita neste sábado, 20, em ofício enviado ao presidente do comitê, Pietro Sampaio Mendes. Galuppo foi apontado para a vaga aberta com a renúncia de Efrain Pereira da Cruz, que era o número 2 do ministério e foi exonerado há dez dias.
A indicação de Galuppo
foi formalizada pelo ministro Alexandre Silveira, que comunicou ainda que o
nome dele passou pela aprovação prévia da Casa Civil. Galuppo teve a indicação
para a Petrobras rejeitada em março do ano passado, em razão de sua vinculação
com o partido político Cidadania.
Auxiliares do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva não acreditam, porém, em nova negativa. A pretensão
do governo é que o advogado não fique no cargo apenas em um mandato “tampão”,
mas permaneça no conselho após a assembleia-geral ordinária prevista para março
e que vai renovar os integrantes do comitê.
A saída de Efrain da Cruz
esquenta a disputa sobre quais serão os novos representantes dos acionistas.
Silveira já comunicou a
intenção do governo de manter no conselho de administração da Petrobras Pietro
Sampaio Mendes, Bruno Moretti e Jean Paul Prates (este último também presidente
da empresa). Vitor Saback, outro integrante do conselho que representa o
governo, também tem chances de ser reconduzido, segundo a expectativa de
membros do comitê. O governo ainda não oficializou o pedido de permanência no
caso dele.
Brasília deverá enviar
ainda três nomes, que formarão uma lista tríplice, da qual um deles será
escolhido pelo conselho para ocupar mais uma vaga. Foi dessa forma que foi
selecionado Sérgio Rezende, ex-ministro da Ciência e Tecnologia (2005-2010)
ligado ao PSB e que está no conselho da Petrobras desde abril do ano passado.
Renato Galuppo é
especializado em direito eleitoral e foi declarado impedido por ter atuado no
diretório nacional do Cidadania até março de 2022. Além de ferir as regras
internas da Petrobras, a sua indicação era vedada também pela Lei das Estatais,
que impõe uma quarentena de três anos para políticos ou dirigentes partidários
ocuparem cargos em estatais e companhias de economia mista.
O entendimento do governo
sobre essa proibição mudou após uma decisão no ano passado do então ministro do
Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski — hoje ministro da Justiça —,
sustando os efeitos desse trecho da Lei das Estatais por meio de uma liminar.
Auxiliares de Lula
lembram ainda que três nomes indicados pelo governo foram reprovados pela
governança da Petrobras e, ainda assim, chegaram ao conselho. São eles: Efrain
da Cruz, Sérgio Rezende e Pietro Sampaio Mendes. Na ocasião, a
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional afirmou entender que os pareceres da
governança da Petrobras são consultivos e que o conselho, que é controlado pelo
governo, é soberano para decidir.
Estadão Conteúdo, por
Mariana Carneiro
0 comentários:
Postar um comentário