A União Europeia não reconheceu os resultados das eleições venezuelanas, realizadas no último domingo, e das quais o presidente Nicolás Maduro foi proclamado vitorioso em meio a denúncias de fraude da oposição, ampla condenação internacional e pedidos por mais transparência na divulgação dos resultados.
Em comunicado, o bloco
europeu disse que aceita a veracidade das atas publicadas pela oposição
liderada por María Corina Machado, ratificando que o candidato opositor
“Edmundo González Urrutia parece ser o vencedor por uma maioria significativa”.
“Apesar do seu próprio
compromisso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou as atas
oficiais de votação dos colégios eleitorais. Sem provas que as respaldem, os
resultados publicados em 2 de agosto pelo CNE não podem ser reconhecidos”,
disse o comunicado. “Qualquer tentativa de adiar a publicação integral das atas
oficiais de votação apenas aumentará as dúvidas sobre a credibilidade dos
resultados oficialmente divulgados.”
O bloco também “pede que
se proceda a uma nova verificação independente das atas eleitorais, se possível
por uma entidade de reputação internacional”, e acrescenta que “as autoridades
venezuelanas, incluindo as forças de segurança, devem respeitar plenamente os
direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião”.
Segundo os resultados
anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro recebeu 6,4 milhões
dos votos contra 5,3 milhões de González, com base na contagem de 96,87% das
atas. A oposição, entretanto, alega ter cópia de mais de 80% das atas eleitorais
— ainda não apresentadas pelo CNE — e diz que González Urrutia obteve 67% dos
votos. Os documentos da oposição foram publicados na internet de forma
independente, mas outras análises corroboram que González recebeu mais votos do
que o presidente.
Seguindo os Estados
Unidos e o Peru, Equador, Panamá, Uruguai, Guatemala e Costa Rica reconheceram
na sexta-feira a vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições na Venezuela.
Enquanto isso, Brasil, México e Colômbia tentam conter um efeito cascata na
região: após conversas sobre a crise, os chanceleres dos três países cogitam ir
a Caracas nos próximos dias para tentar negociar uma saída para a crise
política do país.
A crise já levou a
inúmeros protestos contra os resultados oficiais da eleição, com mais de mil
pessoas presas, incluindo lideranças da oposição, e ao menos 11 civis mortos,
embora organizações de defesa dos direitos humanos afirmem que o número chega a
20.
Com informações de O
Globo
0 comentários:
Postar um comentário