O presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos americanos na guerra contra a Rússia, segundo o jornal “The New York Times”.
A mudança de postura do
governo americano ocorre por conta do envio de tropas norte-coreanas para
lutarem na guerra na Ucrânia ao lado dos russos, segundo o jornal americano. Os
mísseis de longo alcance devem começar a ser utilizados contra as tropas russas
e norte-coreanas na região de Kursk, no oeste da Rússia, ainda de acordo com o
“The New York Times”.
A Ucrânia estava vetada
de utilizar esse tipo de armamento americano até o momento. O uso dos mísseis
de longo alcance fornecidos pelos EUA era um tabu na guerra contra a Rússia,
porque o presidente russo, Vladimir Putin, considera que isso muda o caráter do
conflito e havia prometido represálias. Entre as ameaças que fez, Putin disse
que realizaria testes nucleares.
A decisão de retirar a
proibição do uso dos mísseis americanos de longo alcance é uma grande mudança
na postura de Biden, que se manteve cauteloso sobre esse assunto durante seu
governo. A permissão ocorre também após a vitória de Trump nas eleições dos EUA.
O republicano é crítico do apoio financeiro aos ucranianos e prometeu terminar
a guerra “em 24 horas”, mas sem explicar como. Ainda não se sabe se Trump
reverteria a decisão quando assumir a presidência, em 20 de janeiro.
A retirada da restrição
ocorre em um momento de escalada nas tensões entre países da Ásia, da Europa e
dos EUA. Uma nova fase da ofensiva russa em território ucraniano a partir de
maio fez Otan e EUA, aliados da Ucrânia, considerarem a autorização para utilização
de mísseis de longo alcance fornecidos aos ucranianos.
Com essa nova fase da
guerra, os EUA começaram a levantar algumas restrições, deixando apenas a dos
mísseis de longo alcance. Já países da Europa reforçaram os pacotes de ajuda
financeira e o presidente da França, Emmanual Macron, chegou até a considerar
enviar tropas francesas para a Ucrânia, e foi ameaçado por Putin.
Em contrapartida, Rússia
e a Coreia do Norte estreitaram relações –diplomáticas e militares–, o que
levou ao posicionamento de tropas norte-coreanas para lutarem na Ucrânia ao
lado das russas. Diante disso, o Pentágono já havia dito que não haveria restrição
de armas que a Ucrânia poderia utilizar.
Segundo as autoridades
americanas ouvidas pelo “The New York Times”, o temor de que Putin suba ainda
mais o tom por conta da autorização do uso de mísseis americanos pela Ucrânia
ainda existe, mas foi superado pela urgência do atual cenário da guerra.
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