Os imóveis em todo o Brasil registraram alta nos preços de 0,60% em outubro de 2024, de acordo com o Índice FipeZAP de Venda Residencial, divulgado pelo DataZAP. Em 12 meses, a alta foi de 7,22%, a maior variação acumulada desde o período finalizado em novembro de 2014. Neste recorte, das 10 capitais brasileiras com maior valorização, cinco são do Nordeste: João Pessoa (PB), com aumento de 16,83%; Salvador, com 13,57%; São Luís, que registrou alta de 12,39%; Aracaju, com aumento de 10,07%; e Natal, que teve alta de 9,83% no recorte que compreende os meses entre outubro de 2023 e outubro de 2024.
Além do Nordeste, o
índice é composto pelos dados das capitais de outros 13 estados. No ranking
geral, Natal ocupa, portanto, a oitava posição no acumulado de 12 meses. Fontes
ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE indicam que a capital potiguar vive um momento de
valorização imobiliária que tende a se manter ainda mais expressivo em 2025.
Para Renato Gomes Netto, presidente do Sindicato de Habitação do RN (Secovi),
os dados apontam para uma cenário que vem sendo observado no mercado natalense
a partir de outros indicadores: o de retomada do setor após a revisão do Plano
Diretor.
“O engessamento do plano
anterior travou o mercado, que passou a registrar vendas, praticamente, apenas
de imóveis prontos. E isso atrapalha o crescimento de qualquer setor, porque os
preços estavam muito defasados. Nossa perspectiva é a de que continue havendo
uma valorização, numa tentativa de equilibrar com cidades do nosso porte e
recuperar a margem perdida para capitais como João Pessoa, Maceió e Aracaju.
Sentimos essa valorização a cada dia, com novos players chegando a Natal. A
cidade vive um momento de desenvolvimento e a tendência é de que os preços
sigam se valorizando”, analisa.
Ricardo Abreu, da Abreu
Imóveis, concorda. Ele diz que o surgimento de novos empreendimentos contribuiu
para a valorização já notada atualmente. “O advento do novo Plano Diretor mexeu
com o mercado. Natal começou a ser vista novamente como um cenário promissor. À
medida que o plano vai acontecendo, a gente pode ver com mais nitidez essa
valorização”, afirma. Para 2025, Abreu aposta em um cenário onde os imóveis
estejam cada vez mais valorizados, levando em conta alguns bairros que têm
performado bem nesse cenário.
“Bairros como Lagoa Nova,
Capim Macio e Ponta Negra (após o projeto de engorda) vão crescer tanto quanto
vem crescendo hoje Tirol e Petrópolis”, aponta Abreu, que é membro do Conselho
Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RN). Caio Fernandes, da Imobiliária
Caio Fernandes, avalia que Natal viveu uma forte estagnação do setor entre os
anos de 2010 e 2015, ao contrário de João Pessoa e Fortaleza, nossos vizinhos.
A capital paraibana, inclusive, é a primeira do País com maior crescimento do
Índice FipeZAP de Venda Residencial em 12 meses.
Com a retomada do mercado
potiguar após o Plano Diretor, os preços dos imóveis ainda não atingiram o
ápice em Natal, o que indica que haverá maior valorização no próximo ano, na
avaliação de Fernandes. “A tendência do metro quadrado por aqui é chegar aos R$
11 mil ou R$ 12 mil para empreendimentos de alto padrão. Imóveis de menor
porte, cujo metro hoje se encontra na casa dos R$ 6 mil, deverão aumentar para
cerca de R$ 8,5 mil”, projeto Caio Fernandes.
Para quem pretende
investir mas ainda quer aproveitar preços em conta, segundo Renato Gomes Netto,
do Secovi, o momento de fazer aplicações é agora. “Falamos para os clientes que
buscam imóveis exatamente isso: este é o momento de comprar porque, não é que
os empreendimentos irão ficar caros, mas é que eles ainda estão com preços
muito abaixo do mercado”, detalha. Além do acumulado em 12 meses, Natal
registrou alta de 8,49% no acumulado de 2024, entre janeiro e outubro, segundo
o Índice FipeZAP. Com isso, a cidade ficou em sexto lugar no Nordeste, dentre
as capitais da região com maior valorização de imóveis no período. O ranking
geral do indicador é composto por 22 capitais brasileiras.
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