O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), utilizou o perfil dele na rede social X, nesta sexta-feira (28/3), para se pronunciar a respeito da decisão do ministro dos Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de conceder prisão domiciliar à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos. Ela foi detida preventivamente por ter pichado, com batom, a estátua “A Justiça” durante os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.
O ministro do STF concedeu prisão
domiciliar à cabeleireira nesta sexta. A decisão veio após um parecer da
Procuradoria Geral da República (PGR) orientando para o relaxamento da prisão
preventiva de Débora. A mulher, que é mãe de duas crianças menores de 12 anos,
havia pedido a substituição do encarceramento.
Na publicação, Bolsonaro escreveu
três linhas, numa das quais disse que o Brasil ama a mulher. “Imagine a
felicidade de seus filhos. Débora, o Brasil te ama. Jair Bolsonaro e família.”
Bolsonaro atribui a mudança no
entendimento da Justiça a respeito da situação da cabeleireira a uma suposta
comoção sobre o caso. Em outra postagem, pouco antes da decisão de Moraes, mas
após o parecer da PGR, o ex-presidente levantou dúvidas sobre os critérios da
Justiça para tratar do caso.
“Não houve mudança nos fatos. Não
surgiu nenhuma nova prova. Nada mudou. Exceto uma coisa: a vergonha ficou
grande demais pra sustentar”, afirmou Bolsonaro.
A primeira postagem do
ex-presidente sobre o assunto é longa e lista uma série de questionamentos
sobre as circunstâncias da decisão do ministro do STF e de, no entendimento de
Bolsonaro, insjustiças cometidas contra a mulher.
“A prisão prolongada de Débora
nunca teve fundamento. Mas teve utilidade para Moraes: gerar medo, intimidar,
enviar recados… Agora que a vitrine rachou, empurram o caso discretamente pra
debaixo do tapete — mas com tornozeleira, presa em casa, mesmo depois de prisão
preventiva que se revelou verdadeira “antecipação de pena”, diz o
ex-presidente.
Débora mora em Paulínia, interior
de São Paulo. Ela viajou ao Distrito Federal em 7 de janeiro e permaneceu no
Quartel-General do Exército. No dia seguinte, 8 de janeiro, foi à Praça dos
Três Poderes, e pixou “perdeu, mané” na estátua da Justiça, utilizando um batom
vermelho. Naquele dia, ela chegou a comemorar o próprio ato diante da multidão.
METRÓPOLES
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